Apesar de estar na base aliada do governo de Michel Temer, o PSDB tem criticado com frequência atitudes do governo nas áreas política e econômica. A relação com o Palácio do Planalto e a posição da legenda em relação às propostas do ajuste fiscal, serão discutidas pelos integrantes da cúpula tucana logo após as eleições municipais.

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O encontro da Executiva do PSDB está previsto para ocorrer no início de novembro, depois de retomada a normalidade das atividades no Congresso.

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Com a volta dos parlamentares, após as eleições, a expectativa do governo é de avançar na votação de temas polêmicos com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece limites de gastos públicos, assim como na discussão da reforma da Previdência.

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Apesar de o encontro estar aberto para apresentação das queixas contra a condução do governo Temer, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), considera que os principais recados já foram dados e que o momento de maior tensionamento com o Palácio do Planalto já passou. Na avaliação dele, a busca por um embate com o Planalto não será a tônica dos discursos na reunião.

“É um momento de convergência da relação, não de tensionamento. Hora de trabalhar para dentro”, afirmou Aécio à reportagem.

Apesar do recuo nas críticas e na “diluição” do tensionamento, o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), defende que a relação com o governo deva ser constantemente avaliada.

“Os pontos de tensão estão dissolvendo na medida em o presidente efetivado dá sinais de um comportamento mais focado. Mas é evidente que isso é um processo de ajuste dinâmico porque numa crise econômica tão grande com essa, a instabilidade requisita de um partido como o PSDB uma relação cada vez mais de formulação. Não podemos ficar apenas como um partido de base parlamentar”, ressaltou.

Para o secretário-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), a reunião da Executiva também servirá para os tucanos medirem empenho do governo em assumir as pautas impopulares do ajuste fiscal encaminhadas para o Congresso.

“Nós defendemos as reformas necessárias, mas vamos fazer uma avaliação de quanto o governo e os partidos aliados estarão empenhados nisso, a começar pelo próprio PMDB”, disse.

Para o secretário-geral, além dos desgastes dos temas que estarão em pauta, outro problema que o governo também encontrará são focos de insatisfação daqueles que se sentiram prejudicados nas eleições municipais. “Eleições sempre trazem algum trauma. Alguns deputados vão estar descontentes com o resultado. Não tenho nenhuma dúvida que há um risco alto de os resultados das eleições contaminarem as negociações das propostas”, considerou.

Outra questão que poderá emperrar as negociações e será lembrando na reunião da Executiva é a falta de um posicionamento claro de Temer sobre a disputa à Presidência, em 2018. “Já foi ressaltado que não há nenhuma pretensão eleitoral por parte dele, mas ninguém duvida que passada a agenda das eleições municipais as discussões serão em torno de 2018. Então, é bom que as atividades no Congresso recomecem com a segurança de que Temer irá fazer é um governo de transição até 2018”, ressaltou Torres.