O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, emitiu nota em nome do partido na noite de sexta-feira, solidarizando-se com a família Richa, ?especialmente o atual prefeito de Curitiba, Beto Richa, e seu irmão José Richa Filho, vítimas de grave calúnia por parte do atual governador do Estado do Paraná?.
Para Tasso Jereissati, o povo do Paraná reconhece em Beto e seu irmão o mesmo valor do falecido pai, ex-governador José Richa, ?que deixou exemplo de honradez e honestidade na política?. A nota estende também solidariedade ao ex-ministro Euclides Scalco, ?vítima da mesma infame acusação, também portador das melhores qualidades de integridade?, diz a nota.
Esta não é a primeira manifestação de solidariedade que o prefeito Beto Richa (PSDB) recebe da cúpula tucana nacional. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) ocupou a tribuna para dizer que apesar de ter boas relações com o governador Roberto Requião (PMDB), no confronto entre o peemedebista e o tucano paranaense, manifestava-se solidário com o segundo. Uma outra manifestação de solidariedade veio do senador paranaense Flávio Arns (PT), que aproveitou para destacar que a população do Estado quer paz.
No entanto, se depender do presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, a paz é algo que fica para depois. Ontem, ele afirmou que vai continuar a distribuição dos panfletos com a nota oficial do PMDB, em que critica o prefeito da capital, Beto Richa, e prometeu também fazer um ato de desagravo ao PMDB após o Carnaval, por causa da decisão judicial que suspendeu a distribuição do material. Na sexta-feira, 16, a Justiça concedeu liminar a Beto, pedindo, além do fim da distribuição, a apreensão do panfleto, por entender que o partido tem o direito de questionar o prefeito, mas não se pode admitir que faça ataques à sua imagem pessoal.
Durante a entrevista coletiva ontem pela manhã, Doático disse que ainda não foi intimado pela justiça a parar de distribuir o material. Segundo ele, o PMDB somente reagiu à nota publicada por Beto nos jornais do Paraná. Na avaliação do presidente municipal do PMDB, a atitude do prefeito ao recorrer à Justiça foi um ato contra a liberdade de expressão dos partidos. Doático disse que perto de 500 mil exemplares foram impressos e começaram a ser distribuídos na quinta-feira, 15.
Segundo um dos assessores jurídicos de Beto, Pedro Borges, o oficial de Justiça não apreendeu nenhum material porque foi impedido de entrar no diretório pelos peemedebistas. Ele afirma que o oficial tentou intimar Doático, mas ele não foi notificado porque saiu do diretório antes da chegada de policiais, que iriam auxiliar no cumprimento da decisão judicial. Borges disse também que o oficial de Justiça não foi acompanhado de partidários da prefeitura, mas de policiais militares, mediante requerimento ao Juízo da 12.ª Vara Cível.
O assessor jurídico de Beto afirma que não houve afronta à democracia e ao direito de expressão partidário, porque as ofensas foram dirigidas à pessoa do prefeito e à sua família.