O presidente do PSDB mineiro, deputado federal Marcus Pestana, apresentou nesta quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma medida judicial contra o presidente do diretório estadual do PMDB e colega de Câmara Antônio Andrade. O objetivo da interpelação apresentada à Corte no fim da tarde é apurar declarações “muito graves” do peemedebista, segundo o qual um “porta voz” dos tucanos tentou comprar o apoio do PMDB à candidatura do ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) ao governo de Minas.
Andrade afirmou na segunda-feira (26), sem citar nomes, que um representante do PSDB teria oferecido R$ 20 milhões para financiar campanhas de candidatos a deputados além da vaga de candidato ao Senado na chapa tucana. “Eu disse para eles (PSDB) que tenho que ajudar nossa bancada, que estou atrás de R$ 20 milhões. Eles disseram: isso não é problema, nós conseguimos os R$ 20 milhões para você ajudar a bancada dos pré-candidatos a deputado”, afirmou o peemedebista, que é cotado para ser candidato a vice-governador em chapa encabeçada pelo petista e ex-vizinho de Esplanada dos Ministérios Fernando Pimentel.
“Estas declarações, muito graves, abandonam o leito natural das disputas e confrontações políticas entre os partidos que democraticamente disputarão as eleições de outubro próximo para, lamentavelmente, tomar rumos não desejados”, afirma a interpelação apresentada por Pestana ao STF.
No documento, o tucano alega que, por ser o representante legal do PSDB e como Andrade “omitiu o nome da pessoa que teria feito tal oferta de pagamento”, teria sido diretamente atingido pelos “fatos inverídicos e desairosos” que são “afirmações caluniosas, difamatórias e injuriosas, portanto, ilícitos jurídicos tipificados no Código Penal”. “Outro caminho não resta senão o ajuizamento da presente notificação, com o pedido de explicações visando, em sendo o caso, a instauração de ação penal privada em virtude da forma alegadamente desrespeitosa com que se pronunciou”, alerta.
Na interpelação, Pestana solicita que Andrade confirme judicialmente se realmente acusou o PSDB de tentar comprar o apoio do PMDB em entrevistas concedidas a veículos de imprensa e “qual o objetivo pretendido” pelo peemedebista com as declarações. A reportagem tentou falar com Antônio Andrade na tarde de hoje, mas ele não atendeu nem retornou aos recados até o fim da tarde de hoje. Ele ainda deve ser notificado para apresentar suas explicações. “Quando o Toninho (Antônio Andrade) falou sobre a oferta de R$ 20 milhões na reunião (da executiva do PMDB), achei que fosse uma doação formal, legal. Agora, com essa interpelação, ficou estranho”, comentou um parlamentar do PMDB que estava presente no encontro.