PSDB lança Alckmin para presidente

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), será o candidato do partido a presidente, depois de um processo de escolha de dois meses, em que a legenda, pouco afeita a disputas internas, teve de optar entre ele e o prefeito da capital paulista, José Serra (PSDB).

Nos três discursos do anúncio, repetiu-se, como um mantra, a pregação da unidade partidária; mas o objetivo desse sermão, o preterido Serra, não esteve presente. Alckmin iniciou a escalada anunciando três bandeiras – da ética, da eficiência e das reformas.

"Um banho de ética no governo brasileiro; a bandeira da eficiência, fechando todas as torneiras do desperdício, e a bandeira das reformas, que vão possibilitar ao País avançar com firmeza, num grande projeto de desenvolvimento", disse, dando, na largada, o tom da futura campanha. Bateu firme: "O Brasil não agüenta mais essa onda de corrupção que assolou o País, o país sem projeto, com crescimento raquítico, um marasmo verdadeiro, num mundo marcado pela mudança e pela rapidez das coisas."

Ele pregou a construção de "um grande projeto nacional de desenvolvimento, com ousadia e com grandeza, à altura do povo brasileiro, para sonharmos, trabalharmos e vencermos". Segundo Alckmin, "o Brasil tem pressa, sim, pressa de crescimento, de emprego, de renda, de salário, para que os filhos possam ter uma vida melhor que a de seus pais. País das oportunidades – este é o nosso grande desafio."

O governador de São Paulo alvejou o ponto fraco do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT: "Para nós, política é serviço, não é instrumento de luta patrimonialista." Alckmin lembrou "o grande homem público que é Serra".

O evento para o anúncio do candidato foi preparado na grande sala do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, mas depois foi transferida às pressas para a acanhada sede da sigla na capital.

O que seria um evento acolhido por painéis de Portinari e Djanira e quatro arcazes de jacarandá claro (grandes arcas com gavetões, usadas em sacristias, para guardar vestes e objetos sagrados), dos séculos 17 e 18, aconteceu no quintal com piso asfáltico da sede da agremiação, em frente a uma caixa d’água de 10 mil litros.

O palanque, improvisado com alguns praticáveis, foi pequeno para tantos personagens que quase projetaram para fora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Além do homenageado, com a primeira-dama, Lu Alckmin, e a filha Sofia, lá estavam os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do Pará, Simão Jatene (PSDB), do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB) e da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), além do presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati (CE), e vários parlamentares, até mesmo o secretário-geral da legenda, deputado Eduardo Paes (RJ), e o pré-candidato a governador Alberto Goldman (PSDB), serristas. Não havia políticos do PFL – nem o senador Agripino Maia (RN), dado como certo como vice na chapa de Alckmin.

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