Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

Valdir Rossoni: "Eu perdi o sono a noite passada".

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Pela primeira vez o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, admitiu que está perdendo a queda-de-braço interna para a ala liderada pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, que conduz o partido para o palanque da reeleição do governador Roberto Requião (PMDB). Rossoni disse ontem que está se sentindo "engolido" pelas forças que defendem uma composição com Requião.

"Eu estou perdendo esta batalha", desabafou o presidente regional tucano, que defende o apoio do partido à pré-candidatura do senador Osmar Dias (PDT). Mas com as dificuldades cada vez maiores para a sobrevivência desse projeto, entre elas o fato de a direção nacional do PDT ter decidido lançar Cristovam Buarque para a presidência da República, Rossoni reconhece que está ficando sem munição para defender a aliança com o PDT junto à direção nacional. "Eu tenho autonomia para fazer essa composição. Mas se eu não apresentar a alternativa, a minha tese perde. Eu perdi o sono a noite passada", confessou o dirigente tucano.

Por enquanto, o que ainda emperra o acordo entre PSDB e PMDB é que Requião não fechou ainda seu apoio ao pré-candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin. Mas segundo fontes tucanas, seria apenas uma questão de tempo. "Quem está conversando com o PMDB tem que conversar sobre essa parte, é óbvio", disse Rossoni.

Ontem, o presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, disse que não é "impossível" o apoio de Requião a Alckmin. "É claro que cabe ao governador definir de que lado ele quer ficar. Se do Lula ou do PSDB. Mas eu torço para que ele fique com o PSDB. Afinal, o PSDB é o PMDB antigo", disse o dirigente peemedebista.

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Na próxima terça feira, dia 23, Rossoni vai a Brasília conversar com o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati, sobre a eleição no Paraná. Se não garantir que o PSDB terá o palanque de Osmar Dias no Paraná para oferecer a Alckmin, poderá ser atropelado pela aproximação com o PMDB, que também está sendo articulada no plano nacional entre os dois partidos.

Para o presidente estadual do PSDB, se esse acordo for aprovado, terá que ser formal. "Acordo branco não tem não. Tem que subir no palanque. A posição do partido tem que ser pública. E eu vou fazer questão de informar sobre esse acordo, em todas as suas etapas. Comigo não tem truques", afirmou Rossoni.

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Ele disse que se passar essa composição, caberá aos seus defensores explicar à população como o PSDB passou de principal partido de oposição à condição de aliado de Requião. "Eu tenho andado pelo estado e as pessoas querem uma alternativa. Eu quero ver como é que vão justificar isso à população, porque 30% dos eleitores, mostram as pesquisas, querem votar na oposição ao governo", questionou o deputado tucano.

O PFL também acompanha com apreensão o desenrolar das conversas tucanas. O vice-presidente estadual do PFL, deputado Durval Amaral, confessou ontem que o sentimento no partido é de "quem caiu do ninho e ainda não sabe andar sozinho". Mas o presidente estadual do PMDB afirmou que setores do PFL também conversam com o PMDB. Dobrandino sugeriu que um dos interlocutores pode ser o deputado Nelson Justus, que sempre votou com o governo do estado na maioria das matérias.