A mudança no comando estadual do PSDB vai desencadear uma renovação geral dos diretórios do partido no interior do Estado e também na direção municipal em Curitiba. Na primeira reunião, marcada para amanhã em Curitiba, conduzida pelo novo presidente do diretório estadual tucano, o vice-prefeito de Curitiba Beto Richa, os integrantes da executiva irão decidir sobre a dissolução de todos os diretórios municipais do partido.
A proposta será apresentada pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado estadual Hermas Brandão. Se aprovada, pode reduzir o raio de influência do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL), no PSDB municipal.
A intervenção da direção estadual em todos os diretórios e a formação de comissões provisórias é uma orientação da direção nacional do partido. A ordem da cúpula é fazer uma triagem das lideranças locais com base em dois critérios fundamentais. O primeiro deles é o nível de fidelidade dos dirigentes nas eleições para o governo no ano passado. Este requisito deve eliminar boa parte dos atuais presidentes de diretórios no interior. Na campanha do primeiro turno para a disputa ao governo no ano passado, Beto Richa não teve o apoio esperado do partido no interior.
O segundo critério é o potencial de candidaturas para as eleições municipais do próximo ano. Os tucanos querem atrair para o partido nomes com densidade eleitoral para que haja condições de cumprir a meta estabelecida pela direção nacional de lançamento de candidatos a prefeito pelo menos na maioria dos 399 municípios do estado.
Braço
Em Curitiba, a mudança no diretório é um ponto delicado. O PSDB na capital é atrelado a Taniguchi (PFL). A comissão provisória municipal é presidida pelo secretário de administração da prefeitura de Curitiba, Carlos Carvalho. Ele já avisou que pretende deixar a presidência do partido em Curitiba, mas indica como seu sucessor o presidente da Câmara Municipal, o vereador João Cláudio Derosso.
Aliado fiel de Taniguchi, o presidente da Câmara seria o “braço” de Taniguchi no PSDB. O prefeito quase ingressou no PSDB há três anos. Não se filiou, mas inseriu no partido o significativo grupo de aliados. Entre eles, quase todos os vereadores do PFL de Curitiba – é o caso de Derosso- e ainda sua mulher, Marina, e o filho, Gustavo.
A cúpula tucana não confirma oficialmente, mas os bastidores deixa vazar o que está na hora de cortar a influência de Taniguchi no partido. Aliados do prefeito comentam que ele quer manter seu raio de influência no partido para garantir uma parcela de poder na definição do candidato à sua sucessão no próximo ano. Seu vice-prefeito, Beto Richa, a. Não é exatamente o seu candidato.