A Executiva Estadual do PSDB fixou até o dia 8 de fevereiro o prazo para que o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o senador Alvaro Dias cheguem a um consenso sobre o nome do partido para a disputa pelo governo do Estado nas eleições marcadas para outubro.
Se, em três semanas, nenhum dos dois pré-candidatos abrir mão da disputa, a decisão será tomada pelos 45 membros do diretório estadual do partido. O nome definido no dia 8 será o candidato apresentado pelo diretório na convenção tucana, em junho.
O novo prazo foi estabelecido na reunião de ontem da Executiva do partido, frustrando a expectativa de se encerrar a reunião já com um nome definido, como pretendia o presidente da legenda, deputado Valdir Rossoni.
Jonas Pereira/Agência Senado |
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Guerra: como encontrar a paz? |
“A proposta inicial era tomar uma decisão hoje (ontem), mas um entendimento entre todos concluiu por convocar o diretório, com um número mais amplo de membros”, explicou Rossoni, para depois dizer que a decisão não passa do dia oito. “Queremos o consenso e eles têm até o dia 8 para isso. Se até lá nenhum dos dois abrir mão da disputa, a reunião do diretório será decisiva”.
Questionada sobre o que o partido poderá fazer até lá para ajudar nesse consenso, Rossoni respondeu com uma palavra: “conversar”. Lembrando seu melhor desempenho nas pesquisas divulgadas em dezembro, Beto Richa saiu da reunião dizendo que o diretório saberá escolher o melhor candidato.
“Os integrantes do diretório têm percorrido o Paraná e sabem qual é a preferência dos eleitores, dos prefeitos e dos vereadores. O que for melhor para o PSDB, para que o partido siga unido, eu aceitarei”.
O senador Alvaro Dias viu com naturalidade o adiamento da decisão. “Como foi apenas a primeira reunião para tratar da candidatura, não poderia ter nenhuma decisão, foi estabelecido um cronograma, abriu-se espaço para um entendimento até e o fator determinante para esse entendimento é a visita que o senador Sérgio Guerra fará a Curitiba nesse período, para tratar desse assunto com o partido e com os aliados”, comentou.
Marcia Kalume/Agência Senado |
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Alvaro: acordo ou convenção? |
Alvaro disse que apresentou, ontem, as consequências de cada candidatura: “como o risco de se entregar a prefeitura de Curitiba, do enfrentamento duro com o Osmar Dias (PDT), a construção de um palanque forte para a Dilma Rousseff (PT) no Paraná e a redução de nossas bancadas de deputados”.
Alvaro confia na interferência de Sérgio Guerra para reverter a preferência da cúpula do partido por Beto Richa. “A executiva tem posição definida, posicionamento conhecido. Se provarem que a outra candidatura é melhor, eu apoio, mas se ficar provado que é a minha, espero o mesmo apoio. E essa análise tem de ser feita por pessoas insuspeitas”, comentou, lembrando o risco de racha no partido.
“Qualquer candidatura antecipada só pode ser construída por entendimento. Sem entendimento, tem que ser por convenção e aí, é só em junho, mas acredito no entendimento”.
Rossoni disse contar com a colaboração de Guerra, “se ele vier para ajudar a chegarmos em um consenso, senão, a decisão será do diretório”, e minimizou a chance de racha, “o candidato que for indicado pelo diretório certamente será o vencedor da convenção”.
“O ideal &ea,cute; não precisarmos tomar decisão”
Após participar da reunião da Executiva Estadual do PSDB, o deputado federal tucano Alfredo Kaefer visitou a redação dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná.
Pré-candidato ao Senado pelo partido, Kaefer disse ver como inevitável a candidatura de Beto Richa ao governo, “considerando a preferência do partido, a aprovação da administração de Curitiba e os bons índices alcançados na pesquisa”.
Kaefer disse acreditar no entendimento entre os dois pré-candidatos. “É sempre bom oportunizar o entendimento. Esperamos no dia 8, na reunião do diretório, nós referendarmos o consenso atingido. O ideal é não precisarmos tomar decisão”, comentou.
Kaefer, que trabalha internamente sua candidatura ao Senado, disse que, com candidatos próprios à presidência e ao governo, fatalmente o PSDB elegerá um senador.
“Com duas vagas em aberto, temos grandes chances, pois com candidatos fortes à presidência e ao governo, o candidato ao Senado consegue pegar uma “carona” e já sai com metade dos votos que precisa”, comentou.
Para ele, só depende da estratégia de alianças. “Temos dois pré-candidatos (Kaefer e Gustavo Fruet), mas só será definido na convenção e dependendo da aliança que formarmos, se iremos para eleição com os dois, com um ou se não lançaremos nenhum candidato”, disse, reconhecendo que o partido pode ceder as candidaturas ao Senado a outros partidos da aliança. Para conseguir a indicação, Kaefer aposta no fato de ser do interior. “Com um candidato a governador forte na capital, devemos buscar um equilíbrio”, disse.