PSDB fecha questão para votar com oposição

A executiva estadual do PSDB decidiu ontem, em reunião realizada em Curitiba, fechar questão na votação de requerimentos e pedidos de informações que forem apresentados pela bancada de oposição ao governo na Assembléia Legislativa. Todos os seis deputados do partido terão que votar de acordo com a orientação da bancada, avisou o presidente estadual do PSDB e líder da bancada de oposição, Valdir Rossoni.

A nova deliberação da executiva é uma forma de tentar moldar os deputados tucanos que integram a base aliada ao Palácio Iguaçu e que se recusam a se submeter à linha de oposição tucana. A partir do início deste ano, a direção estadual formalizou que é oposição ao governo do Estado e ameaçou desligar os desobedientes. Apenas Nelson Garcia, que se licenciou do mandato para assumir a Secretaria do Trabalho, pediu desfiliação.

Os deputados tucanos declaradamente governistas – Luiz Nishimori, Luiz Fernandes Litro e Francisco Buhrer – não alteraram suas posições. Diante do fechamento de questão, Nishimori afirmou que a disposição é de colaborar, mas os deputados se reservam o direito de analisar cada proposta que for submetida à votação. ?Não temos dificuldades em votar nos pedidos de informações, mas não vamos votar tudo contra o governo. Cada deputado tem seu mandato e tem que votar de acordo com o seu pensamento?, disse Nishimori, que exerce também a liderança da bancada.

Segundo o deputado, a cada requerimento, haverá uma discussão sobre a posição a ser adotada pelo grupo. ?Vamos levar em conta o interesse do Estado?, afirmou o líder da bancada.

Pé atrás

Rossoni evitou dar novos ultimatos aos deputados. Segundo o presidente estadual do partido, a executiva está aplicando o que está previsto no Estatuto tucano e que, no momento oportuno, adotará providências contra os que desrespeitarem a orientação partidária. ?Não queremos falar em punição antes de cumprir algumas etapas?, disse.

A divisão tucana poderia ter provocado algumas desfiliações na bancada estadual. Mas a interpretação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo a qual, o mandato pertence ao partido e não aos parlamentares, freou a inclinação de alguns tucanos de deixarem a sigla, destacou Rossoni. ?O nosso objetivo não é tomar o mandato de ninguém. Mas não queremos que o partido seja coadjuvante de outro partido?, afirmou o dirigente do PSDB.

Ele frisou que o fechamento de questão nos pedidos de informações é uma demonstração de que a direção tucana vai levar em frente a determinação de enquadrar os governistas. ?O parlamentar deve satisfações de suas atitudes ao partido?, justificou.

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