O PSDB do Rio Grande do Sul prepara um levantamento técnico dos resultados eleitorais para definir o caminho a tomar nas negociações com o PP para a campanha à reeleição da governadora Yeda Crusius (PSDB). Mesmo com “95% de afinidade” entre os dois partidos, como definiu o chefe da Casa Civil, Bercílio da Silva (PSDB), a aliança esbarra na proposta do PP de coligar na nominata proporcional, o que tucanos avaliam como um risco à preservação de sua bancada.
“Pedimos um trabalho técnico para, em cima da matemática, sentar com PP, PPS, PRB, PSC, PT do B, PHS e conversar”, resumiu Bercílio, após reunião hoje do conselho político dos PSDB. O trabalho deve ficar pronto até quinta-feira. Em sua contraproposta, os tucanos acenam também com um entendimento mais amplo, que contemplaria eleições municipais e a disputa nacional, com apoio à indicação do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) para vice na chapa de José Serra (PSDB). “Precisamos tomar o melhor caminho para os dois”, disse Bercílio.
Na reunião do conselho, junto com o interesse em contar com o PP ficou expressa a “enorme dificuldade” para a coligação proporcional, relatou o deputado federal Ruy Pauletti (PSDB-RS), ao considerar “imprudente” a proposta. “Esqueceram que a proposta tem de ser ampla, tem que se relacionar com o contexto”, afirmou. O fato de o deputado federal Vilson Covatti (PP-RS) ter oferecido seu nome para vice na chapa de Yeda ajuda, disse Pauletti, observando também que não pode ser imposta data para uma decisão – numa alusão a prazo anterior fixado pelo PP.
Com cinco deputados federais e nove estaduais, além de mais cadeiras que o PSDB na Câmara e Assembleia, o PP gaúcho conta também com campeões de votos em sua lista de candidatos. Os tucanos gaúchos têm duas cadeiras na Câmara e cinco na Assembleia.