O PSDB publicou um artigo no qual faz duras críticas às constantes mudanças no programa de governo da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, lançado exatamente há uma semana.
Com o título “Padrão Copia e Cola”, a análise feita pelo Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos e formação política dos tucanos, afirma que o documento “está recheado de contradições, convicções que mais parecem de cristãos novos e até plágios”.
O texto menciona que o capítulo sobre direitos humanos ocupa apenas três páginas, mas, entre suas 10 propostas, “tem quatro integralmente copiadas do Plano Nacional de Direitos Humanos publicado em maio de 2002 pelo governo Fernando Henrique”.
“Nada contra alguém que se inspira em boas práticas adotadas por governos de diferentes partidos, uma vez que é isso que também caracteriza boas políticas. Mas daí a reproduzir propostas sem sequer atribuir crédito à fonte original vai imensa distância. Nem em colégios admite-se o copia e cola”, afirma.
O artigo afirma ainda que o programa também peca pela inconsistência. Cita o fato de que, menos de 24 horas depois de ser divulgado, já suscitaram duas erratas, revisando pontos de vista da campanha de Marina sobre temas LGBT e sobre o aumento da participação da energia nuclear na matriz brasileira.
O texto dos tucanos foi divulgado na quarta-feira (03), um dia antes de um site do PT também acusar o programa de governo de Marina de ser um “plágio” de um artigo acadêmico publicado em 2011 na Revista USP.
“Pairam dúvidas também sobre as reais convicções da candidata do PSB acerca da receita a ser seguida para enfrentar os graves problemas econômicos por que passa o país, arrastado para o buraco pela fracassada política empreendida desde 2011 por Dilma Rousseff”, argumenta.
O texto aponta incongruências de Marina, como o fato de ela agora defender o combate à inflação, embora tenha feito, como integrante do PT, “ferrenha oposição ao Plano Real”, que estabilizou a economia do País.
Cita ainda que ela manifesta “apoio incondicional” aos ditames da responsabilidade fiscal, mas votou em 2001 como senadora do PT contra a Lei de Responsabilidade Fiscal no Congresso.
“Não satisfeitos com a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, tanto o PT quanto o atual partido da senadora, o PSB, foram ao Supremo tentar derrubar o que o Congresso havia aprovado. Felizmente, sem sucesso”, diz.
O artigo diz que programas de governo que não entregam o que prometem são comuns na política e cita o apresentado pela candidata à reeleição Dilma Rousseff.
O texto finaliza: “O País quer mudar a partir de 2015. Mas esta mudança tem de vir com segurança, com consistência, pelas mãos de quem tem reais condições de formar um time de peso para vencer os muitos desafios que despontam no horizonte. O Brasil não é para amadores, nem para quem copia e cola para tentar passar no teste das urnas.”