O PSDB decidiu não assumir o questionamento jurídico em nome dos candidatos que ficarão impedidos de disputar as eleições este ano, por conta da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que entende que a Lei da Ficha Limpa já está em vigor. O partido entende que será prerrogativa de cada um dos candidatos entrar ou não com recurso para garantir a elegibilidade. É o caso de Cássio Cunha Lima. Ele quer disputar uma vaga ao Senado, e é líder nas pesquisas de intenção de voto, mas perdeu o comando do governo da Paraíba por decisão da Justiça e pode ter o registro de candidatura negado.
O ex-senador Expedito Júnior está hoje em Brasília também para discutir o seu futuro político. Ele se reunirá com o advogado do PSDB, Ricardo Penteado, para saber se poderá ou não disputar o mandato. “Já paguei minha pena”, afirma Júnior, confiante de que não será impedido de concorrer a governador. Expedito Júnior também lidera as pesquisas eleitorais.
No Distrito Federal, o PSDB está em aliança com o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), que renunciou ao cargo de senador em 2007 e também está impossibilitado de concorrer até 2023. A solução dos tucanos na Capital seria lançar um candidato próprio. Mas a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, resiste à ideia de lançar sua candidatura.
A Lei do Ficha Limpa também atrapalha os planos do PSDB em outros Estados, onde está aliado a candidatos de outros partidos que enfrentam problemas na Justiça, como o ex-governador do Maranhão Jackson Lago. Lago, do PDT, é o principal adversário de Roseana Sarney (PMDB) na eleição para o governo do Estado. Ele teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral no ano passado.
Até aqui, no entanto, nenhum desses candidatos admite que está fora da eleição, e avaliam ser possível reverter a inelegibilidade com recursos na Justiça. A decisão da cúpula do PSDB, por ora, é não viabilizar “planos B” nesses Estados para não enfraquecer os candidatos oficiais.