O PSDB na Câmara dos Deputados criticou neste domingo, 26, a estadia da presidente Dilma Rousseff em Portugal, mesmo sem agenda oficial, e disse que o fato representa “um disparate” e uma “gastança desnecessária”. O líder da sigla na Casa, Carlos Sampaio (SP), argumentou que a hospedagem no sábado, 25, da presidente em uma suíte no hotel Ritz em Lisboa – cujo valor da diária é de R$ 26,2 mil – representa ainda “uma afronta aos brasileiros”. “Dilma quer se reeleger para continuar passeando com dinheiro público”, acusou.

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A reportagem revelou que Dilma e sua comitiva, que estavam em Davos (Suíça) para o Fórum Econômico Mundial, passaram o sábado em Lisboa e ocuparam 45 quartos em dois dos mais caros hotéis da cidade. A passagem de Dilma pelo país não estava na agenda oficial da presidência divulgada inicialmente. Ela deixou neste domingo o hotel em Lisboa pela porta do fundo e embarcou para Havana, onde inaugura um porto erguido com investimento brasileiro e também participa da II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O custo da hospedagem nos dois hotéis da comitiva é de R$ 71 mil.

“É uma gastança desnecessária, que não condiz com a situação econômica do nosso país e muito menos com as dificuldades com as quais os brasileiros são obrigados a conviver todos os dias, como inflação alta e serviços públicos precários, problemas que Dilma não consegue resolver”, criticou o líder tucano, em nota. “São esses mesmos cidadãos que, obrigados a passar por privações e dificuldades financeiras, estão bancando o final de semana da presidente e de seus assessores”.

Oficialmente, a explicação da Presidência para a parada em Portugal é que o avião da Força Aérea Brasileira não teria autonomia suficiente para a viagem entre e Suíça e Cuba, tendo que parar em Portugal para abastecer.

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O deputado do PSDB alegou ainda que a presidente poderia ter se hospedado na embaixada brasileira na capital portuguesa – a justificativa do Planalto é que o edifício da missão diplomática não comportaria a delegação.

“A presidente Dilma deveria dar exemplo de austeridade e sensatez”, criticou Sampaio. Para ele, “não dá para esperar coisa diferente” de um governo que mantém 39 ministérios e que tem “pouco respeito no uso do dinheiro público”. “É fácil promover gastos como esse em Lisboa quando se tem para quem mandar a conta: para os brasileiros”, concluiu.

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