Mesmo após o afastamento, pela presidente Dilma Rousseff, de funcionários do alto escalão do Ministério dos Transportes por suspeita de corrupção ontem, a oposição quer investigações. O PSDB avalia a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.

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Reportagem publicada pela revista Veja revela o funcionamento de um suposto esquema no Ministério dos Transportes baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias. Em decorrência da denúncia, foram afastados de seus cargos o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o chefe de gabinete do Ministério, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini.

O líder do partido na Câmara, Duarte Nogueira (SP), afirmou que o partido vai entrar com um pedido de investigação no Ministério Público Federal, com um requerimento à Polícia Federal e com uma solicitação de auditoria especial para o Tribunal de Contas da União (TCU). Um requerimento de convocação do ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, será apresentado nesta semana em uma comissão técnica da Câmara. “Os fatos são graves. O afastamento foi correto, mas há necessidade de investigações mais profundas”, disse o tucano.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) cobrou a demissão do ministro Alfredo Nascimento junto com a equipe. “Será que ele não sabia? A ser verdade a diatribe contra o pessoal do ministério, a presidente tinha obrigação de demitir todos”, disse.

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O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres(GO), considerou que Dilma deu uma resposta imediata. “Espero que ela continue nesta linha”, disse. “O ministro também deve entrar na linha de tiro da presidente. Torcemos para que o surto moralizador vá adiante”, completou.

Apontado como comandante informal do esquema, o deputado Valdemar da Costa Neto (SP), secretário-geral do PR, divulgou nota, hoje, afirmando que o partido irá à Justiça contra a revista e os autores do texto. O texto afirma que as reuniões entre o partido e o Ministério dos Transportes são transparentes e “dizem respeito ao acompanhamento das demandas por benfeitorias federais de interesse das regiões onde o partido tem representação política”.

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