Setores do PSDB do Paraná admitem o flerte com o PMDB do governador Roberto Requião para as eleições de 2010, desde que a aproximação não exija alterações no projeto de fazer do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), ou do senador Osmar Dias (PDT), candidato ao governo.
O tema, entre outros, será abordado na conversa que os deputados estaduais do partido marcaram para a próxima quarta-feira, 11, com o prefeito, para abrir a temporada de discussões pré-sucessão estadual do próximo ano.
Interlocutor dos deputados, o líder da bancada estadual, Ademar Traiano, disse que não vê nada de anormal nas conversas de bastidores entre tucanos e peemedebistas, que vieram a público na semana passada, quando o deputado estadual Mauro Moraes (PMDB) defendeu acordo em que o PMDB abrisse mão de uma candidatura própria ao governo para indicar o candidato a vice-governador numa chapa encabeçada por Osmar ou por Beto Richa. Traiano justificou que o momento permite todo o tipo de projeção para a eleição de 2010.
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Beto Richa: nome para 2010. |
O único ponto que ele considera inadmissível é uma coligação para a disputa proporcional (Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados).”Não digo que não seja viável. A hora é de conversa. Tudo depende das circunstâncias e do momento. Mas para nós, o essencial é manter o grupo unido e esgotar todas as possibilidades internas de acordo”, disse Traiano.
O tucano se referiu à acomodação dos espaços dos aliados tradicionais, como o PP e DEM, além do PDT. Cada um desses partidos têm seus próprios projetos. O PP e o DEM planejam lançar ao Senado os deputados federais Ricardo Barros e Abelardo Lupion. “Não fechamos a porta para apoios, mas primeiro tem que ver os interesses do grupo”, frisou o líder da bancada tucana.
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Requião: conversas preliminares. |
Nem mesmo uma deliberação nacional forçaria uma mudança de planos no Estado, acredita Traiano. As articulações do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que busca atrair o PMDB para uma composição de apoio à sua pré-candidatura a presidente da República, não são decisivas na definição dos rumos estaduais, afirmou. “Os estados têm suas particularidades”, explicou.
Os peemedebistas reagiram às declarações de Moraes, mas não descartaram a possibilidade de discutir a aliança com os tucanos. “Foi uma precipitação do Mauro Moraes porque o PMDB trabalha para ter candidato próprio. Entregar o jogo agora é jogar contra o nosso patrimônio. No primeiro turno, nós temos que ter candidato ao governo”, disse o deputado Nereu Moura.
Ele afirmou que o destino eleitoral de Moraes, que apoiou Beto à reeleição, assim como o deputado estadual Reinhold Stephanes, está atrelado ao grupo do prefeito tucano. “Ele está analisando a conjuntura política dele”, disse.
Porém, o deputado peemedebista admitiu que o PMDB nacional pode interferir nessas decisões. “Não sabemos o que passa pela cabeça do PMDB nacional, o que eles vão fazer”, destacou.