O PSD, partido a ser criado pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab, distribuiu modelos de atas para que fossem registradas supostas reuniões das comissões provisórias da legenda pelos municípios. O registro desses encontros é uma das obrigatoriedades impostas pela Justiça Eleitoral para reconhecer uma nova sigla.
Surgiram informações de 44 atas praticamente idênticas de reuniões que teriam ocorrido em cidades paulistas entre junho e julho deste ano. As únicas diferenças que constam dos textos são os nomes dos participantes e a data e o local dos encontros.
O DEM, partido pelo qual Kassab foi eleito prefeito e do qual anunciou desligamento, pedirá nesta sexta (5) a impugnação do registro do PSD no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, dando início à disputa na Justiça contra a formação do novo partido.
No pedido, advogados do DEM questionam desde o estatuto proposto pela nova legenda, que não disciplinaria questões como a forma de escolha de candidatos, como a ausência de dados de 86 fundadores da sigla.
O advogado do PSD, Admar Gonzaga, sustenta não haver irregularidade e disse que as atas foram usadas como script. “Quando eu fiz o modelo de ata, eu pedi às pessoas para que não ficassem inventando moda na reunião, seguissem aquilo como um script”, afirmou ontem.
Kassab seguiu a mesma linha. “As pessoas ficam na insegurança de cometer qualquer equívoco e costumam fazer muito próxima mesmo do que foi encaminhado ou até igual. Isso não é nenhuma má-fé, é um cuidado jurídico para que não haja irregularidade e depois não seja impugnada”, disse.
Ceará
No Ceará, o ex-ministro Ciro Gomes está assumindo o comando da instalação do PSD, após ficar sem espaço na Executiva Nacional do PSB, partido em que se mantém filiado. Ciro é quem está captando deputados e prefeitos para o partido idealizado por Gilberto Kassab. Seis deputados estaduais eleitos pelo PSDB em 2010 podem se transferir para o PSD. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.