O PSB tenta emplacar suas propostas na plataforma de governo da coligação encabeçada pela candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. A iniciativa ocorre depois de outro aliado, o PMDB, já ter sugerido à campanha de Dilma metas de governo que colidem com as crenças do PT. O programa de governo da petista teve que ser trocado às pressas na Justiça Eleitoral, após ser taxado de radical. A nova versão expurgou pontos polêmicos, como taxação de grandes fortunas e a revogação da lei que impede o uso de áreas invadidas para fins de reforma agrária. Ainda assim, será substituído mais uma vez em agosto.

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As recomendações do PSB terão como eixo a política econômica, mas nada que destoe muito das ações de governo que o PT vem traçando. “É apenas um pouquinho mais à esquerda”, segundo definição do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. “O eixo do documento será o desenvolvimento econômico, a garantia de um ritmo de crescimento acelerado, a ampliação dos investimentos e a busca por uma taxa de juros de nível internacional”, resumiu Campos.

“Temos duas propostas. A primeira é um investimento maciço em educação, ciência e tecnologia. A segunda é um projeto de industrialização que permita maior exportação de manufaturados com alto valor agregado. E isso passa pela primeira proposta, que é a formação de mão de obra qualificada”, completou o vice-presidente da legenda, Roberto Amaral. “Do nosso ponto de vista, o crescimento de um país não deveria ser medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) e sim pela qualidade de vida da população e pelo nível de cidadania”, afirmou.

Para entregar o documento à campanha, o PSB fará um ato político no Hotel Nacional, em Brasília, na próxima segunda-feira. Foram convidados para o encontro, além de Dilma, todos os parlamentares do partido, além dos governadores e dos candidatos da legenda ao governo e ao Senado. Roberto Amaral ficou incumbido de garantir a presença do deputado federal Ciro Gomes.

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Ciro teve a proposta de ser candidato à presidência rejeitada pelo PSB, que decidiu apoiar a coligação de Dilma Rousseff. Ao receber o anúncio do partido de que não receberia apoio no plano de se lançar candidato, Ciro pediu licença da Câmara dos Deputados, saiu de férias e não deu mais entrevistas. Agora, trabalha pela eleição do irmão Cid Gomes pelo governo do Ceará.

O governador Eduardo Campos nega, no entanto, que tenham sobrado rusgas entre Ciro e o partido. Campos afirmou que o deputado se unirá ao partido pela eleição de Dilma. “Em algum momento ele virá para a campanha. Mas é claro que não vai ficar por aí levantando bandeira na Avenida Paulista”.

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