Se tentar, a direção nacional do PSB vai ter dificuldades para tirar o partido do palanque do PSDB no Paraná e levá-lo a apoiar a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à presidência da República pelo PT.
A única forma de o PSB não apoiar a candidatura do ex-governador de São Paulo José Serra à presidência da República é se o deputado federal Ciro Gomes for candidato à sucessão do presidente Lula, disse o líder da bancada estadual do PSB e integrante do diretório nacional do partido, deputado Reni Pereira.
“Desse socialista aqui, podem tirar o cavalo da chuva. Não apoio o PT nem amarrado”, avisou Pereira, atribuindo a rejeição ao acordo, que está sendo costurado nacionalmente, ao histórico da relação entre os dois partidos no Estado.
Também líder da bancada socialista na Assembleia Legislativa PSB, Pereira destacou que nos últimos anos o PSB e o PT estiveram em lados opostos no Paraná. Para ele, o quadro é claro.
“O PSDB nos respeitou como aliado. Tanto que fomos vice-prefeito e temos hoje a prefeitura de Curitiba. Nós vamos devolver este respeito apoiando o Beto e o Serra, se o Ciro não for candidato. Até porque não há mais verticalização das coligações”, disse.
Desde a substituição do ex-militante Vitorio Sorotiuk por Severino Araújo, no início de 90, o PSB deixou de ser um aliado tradicional do PT do Paraná. Investigado pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB), então no Senado, na CPI dos Precatórios, o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, que presidiu o PSB nacional durante as últimas décadas, antes de morrer, em 2005, passou o comando estadual do partido para Severino Araújo.
Sob nova direção, o PSB passou a ser base de apoio do grupo do ex-governador Jaime Lerner, adversário de Requião e, em seguida, aliou-se ao PSDB. “Nós não temos histórico de caminhada junto com o PT do Paraná. Além disso, nos oito anos de governo Lula, fomos tratados como adversários pelo PT. Não é agora que eles vão lembrar de nós”, atacou Pereira. O símbolo
Além das rivalidades, a prefeitura de Curitiba é o símbolo da resistência a um acordo com o PT. Desde que o ex-prefeito Beto Richa (PSDB) se afastou do cargo em março para concorrer ao governo do Estado, a prefeitura está sob o comando de Luciano Ducci que, deixou o PSDB há alguns anos, para se filiar ao PSB.
Ducci não quer falar a respeito do impasse no partido. Acha que é prematuro se manifestar antes da reunião da próxima semana, quando a direção nacional deve oficializar o fim da candidatura de Ciro Gomes à sucessão.
Entretanto, o atual prefeito de Curitiba sempre declarou apoio a Beto Richa e subiria ao mesmo palanque do candidato a presidente da República apoiado pelo ex-prefeito de Curitiba.