O diretório estadual do PSB vai apoiar formalmente o senador Osmar Dias (PDT) para governador do Estado, integrando a coligação composta até o momento pelo PDT e pelo PP. A aliança foi anunciada ontem, na sede do PDT, e contou com a presença do presidente do PSB, Severino Araújo, do ex-governador Jaime Lerner (PSB) e sua esposa, Fany Lerner (PSB), de Osmar e do presidente em exercício do PDT, Augustinho Zucchi, do presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, além de deputados dos três partidos.
Zucchi abriu a reunião afirmando que, com a aliança, o partido não ganha apenas tempo nos programas eleitorais de rádio e TV, mas traz quadros importantes para a campanha. Segundo Zucchi, a entrada do PSB na coligação aumenta em quase um minuto o tempo do partido em rádio e televisão, devendo agora ficar em três minutos e meio. "Não pode se dizer que é o ideal, mas é o tempo necessário para consolidar a candidatura", disse.
Osmar afirmou que o PDT ainda está acertando um acordo com o PTB e que uma definição pode sair na reunião que vai ocorrer hoje. O presidente estadual do PTB, deputado federal Alex Canziani, embarcou ontem de Brasília para Curitiba a fim de participar desse encontro. Canziani disse que as conversas estão em vias de "sacramentar" um acordo com o PDT. Faltariam apenas os detalhes finais.
Osmar disse também que ainda espera o apoio informal do PSDB, mas vai respeitar a decisão do diretório estadual, que deve ser tomada ainda hoje. "Entendo a luta interna do PSDB e não fiz nenhum gesto para pressionar o partido", disse o senador, explicando que compreende também a decisão do PFL, que retirou o apoio à sua candidatura, após a decisão do PDT nacional de lançar Cristóvam Buarque para a presidência da República.
Segundo Osmar, o candidato a vice de sua chapa ainda não está definido, porque as alianças ainda não foram fechadas. "Os partidos da coligação vão indicar nomes, que passarão pela minha escolha", disse. Severino Araújo declarou que o PSB iria indicar Fany Lerner, pela sua densidade política. Porém, Fany explicou que está com problemas de saúde e declinou da indicação. Já a deputada Cida Borghetti (PP) afirmou que uma indicação para vice de Osmar pode sair na convenção do PP, realizada no dia 30, embora o seu partido tenha composto a aliança sem impor condições ao PDT.
O ex-governador Jaime Lerner esteve presente no diretório do PDT para apoiar a coligação entre os partidos. De acordo com Lerner, o Paraná tem o dever de apresentar alternativas para que o povo possa manifestar o seu desejo. "Espero que outros partidos tenham a coragem de apresentar alternativas", disse.
Crime eleitoral
A respeito das afirmações do governador Roberto Requião (PMDB) na reunião de terça-feira, na Escola de Governo, Osmar declarou que a ida do senador Alvaro Dias ao lançamento de sua candidatura foi um ato pessoal, que ocorreu antes da convenção tucana. "O que se poderia pensar da propaganda estadual e do uso exclusivo da TV Educativa? Está descasada da legislação eleitoral", disse Osmar. Requião criticou o apoio de Alvaro a Osmar, classificando como "crime eleitoral", em alusão à regra de verticalização, uma vez que tanto o PDT quanto o PSDB são partidos com candidatos à Presidência.