A oposição criticou na tarde desta quarta-feira a tentativa da base aliada de procrastinar a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. Para os senadores da minoria, a opinião pública exige o início dos trabalhos e protelar a investigação pode ser pior para o governo.

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Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o senador Aécio Neves (MG), disse que a compra da refinaria de Pasadena (EUA) é apenas “a ponta do iceberg” e que a população apoia as investigações. “Cada vez que o governo busca inibir a investigação, mais claramente mostra que teme as investigações”, concluiu. O tucano afirmou que o governo “perdeu a batalha” e que a instalação do grupo de trabalho é um fato consumado. “Quem não deve, não teme”, insistiu.

Foi marcada para a noite de hoje uma sessão do Congresso Nacional para a abertura formal do prazo de indicações dos nomes da CPMI. Os aliados do Palácio do Planalto devem apresentar uma questão de ordem, manobra que pode protelar o início dos trabalhos por dias. Por meio da senadora Gleisi Hoffmann, os petistas vão alegar uma questão de “prevalência”, para tentar sobrepor a CPI do Senado, que deve ser instalada primeiro, sobre a CPMI. O argumento dos governistas é que a comissão instalada primeiro tem poder de investigação.

O líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), disse que o governo teme, na realidade, não ter o controle sobre os deputados da base aliada e, desta forma, cria obstáculos para a CPMI. “Por essa razão o governo insiste na CPI do Senado”, avaliou. A estratégia da oposição de não indicar membros para a CPI exclusiva do Senado será mantida, segundo Agripino.

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O senador do DEM afirmou que a opinião pública “não perdoará” o governo se a investigação no Congresso não se concretizar. “Ficará patente para a opinião pública, na medida que o governo fica procrastinando a instalação da CPMI, que quem tem culpa no cartório não quer investigação. Isso será muito pior para o governo do que instalar o processo, dê no que der”, emendou.