Falta de propostas e desconhecimento da situação da educação do Paraná foram as marcas do debate entre oito candidatos ao governo do Estado, promovido ontem pela App-Sindicato de Professores. O senador Roberto Requião (PMDB) e Severino Araújo (PSB) não compareceram. Requião estava afônico e, por recomendação médica, teve que cancelar seus compromissos. Mesmo assim, encaminhou aos professores uma carta justificando sua ausência, e o plano de Governo com suas propostas para a área da educação.
Na justificativa, Requião desejava “um debate produtivo” e garantia que vai resgatar a dignidade e o respeito aos professores. “No meu governo, os professores terão papel fundamental na reconstrução do Paraná.”
Giovani Gionedes (PSC) observou que só com uma reforma estrutural no governo será possível conseguir recursos para investir na educação. Ele afirmou que irá reduzir as secretarias para apenas 10, e somará as pastas de Educação, Ciência e Tecnologia, Cultura e Esporte. O candidato disse que não faria demagogia quanto ao salário dos professores, e afirmou que o Paraná não tem condições legais e financeiras para reajustes, e que isso só vai ser possível com um plano de combate a sonegação.
Álvaro Dias (PDT) assegurou que, ao contrário do que muitos apostavam, lá estava para participar do debate e uma vez mais se desculpou com os professores sobre o episódio ocorrido em agosto de 1988, quando a PM agrediu membros da categoria. Dias prometeu investir R$ 11 bilhões em quatro anos na educação, o que é 75% a mais do o atual governo investiu. Ele disse que irá acabar com o Paraná Educação, retomar os concursos públicos e respeitar a lei do Fundão.
O tucano Beto Richa propôs-se a manter um diálogo aberto com a categoria e a investir no ensino médio profissionalizante, jogos escolares e transporte escolar, buscando parceria com a iniciativa privada para a obtenção de recursos. Já Claudemir Figueiredo (PSTU) foi mais longe e defendeu o calote da dívida pública do Estado, rompimento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial e plebiscito contra a Alca como forma de retomar os recursos do Estado e investir na Educação.
O candidato Rubens Bueno prometeu em seis meses construir um plano democrático com a participação da APP, e que não escolherá o secretário da pasta usando a metodologia empregada hoje por Jaime Lerner “que importou uma secretária que não conhece uma sala”.
Sempre arrancando risos da platéia, Benedito da Silva (PMN) disse que a educação passa pela reestruturação da família e do ensino básico com aplicação ao longo da vida.
O candidato do PT, Padre Roque afirmou que educação no seu governo “será investimento e não despesas”, e prometeu o resgate das escolas técnicas e cursos tecnológicas. Ele defendeu a diminuição da sonegação fiscal como uma das formas para aumentar os recursos no Estado, e conseguir aumento de salário para os professores. Cirus Itiberê da Cunha (PSD) se comprometeu em assumir as propostas apresentadas pela APP
José Gladston Bispo (Prona) prometeu criar um conselho com a participação de várias entidades, e nomear o secretário de educação indicado pela APP.