A proposta oficial e por escrito do PSDB ao PDT para ter Osmar Dias como candidato a senador na chapa de Beto Richa e ainda possibilitar ao PDT a escolha do vice de Beto fez o PT se movimentar.
Se antes o PT do Paraná dava como encerrada a conversa com Osmar Dias e o PDT, agora, com a possibilidade de Osmar reatar a grande aliança com os tucanos e o PT ficar sem um palanque forte no Paraná, o discurso mudou.
O presidente estadual do partido, Enio Verri e a ex-presidente e pré-candidata ao Senado, Gleisi Hoffmann, declararam, ontem, que as portas do PT seguem abertas para Osmar Dias e que uma nova reunião com o pré-candidato ao governo será marcada pelo diretório nacional petista.
“Não acredito que ele desista. O senador Osmar Dias disputou o governo do Estado em 2006 e perdeu por uma diferença de apenas 10 mil votos. Ele tem grandes chances de ganhar a eleição este ano”, disse Enio Verri.
O presidente do partido lembrou que, assim como o PSDB, o PT também já teria feito uma proposta de aliança a Osmar. “Foi feita nacionalmente, pelo presidente Lula. Oferecemos outros partidos da base do governo Lula.
A única coisa que solicitamos foi a vaga ao Senado para a Gleisi Hoffmann”, disse, ressaltando que, na proposta petista, Osmar seria o protagonista, sendo o candidato ao governo. “Mas a aliança com o PDT já passou a ser um assunto nacional”, reforçou.
Pivô do impasse entre Osmar e o PT, já que Osmar a exigiu como vice em sua chapa para formar a aliança, Gleisi revelou que uma nova reunião acontecerá em Brasília para o PT tentar fechar questão com Osmar Dias.
A petista adiantou, ainda, que o PMDB será convidado para a aliança. “Temos reafirmado nossa disposição de continuar conversando com o PDT. Esta semana o senador deve se reunir com a direção nacional do partido.
Queremos fazer esta aliança e ter o PMDB também. Não acreditamos que as conversas estejam encerradas. Sou uma pessoa otimista. Iniciei esta conversa com o senador e ele sempre se mostrou muito disposto. Ele é um nome muito forte, respeitado e tem muitas condições”, disse.
O diretório estadual do PT convocou reunião para o próximo dia 22, mas a pauta do encontro não faz referência direta à disputa para o governo do Estado. Os temas da reunião serão a conjuntura, a crise na Assembleia e a candidatura Dilma/Gleisi.
Quem também voltou a falar em uma grande aliança dos partidos da base do governo Lula com o pré-candidato Osmar Dias foi o secretário-geral do PMDB, João Arruda, sobrinho do ex-governador Roberto Requião. Para ele, PT e PMDB foram arrogantes com o senador Osmar Dias.
“Devemos retomar esse diálogo, não sei se o senador está mais disposto, já que não foi procurado anteriormente. O PSDB parece ter sido mais habilidoso em buscar aliados”, provocou.
Osmar: “Sou pré-candidato ao governo do Estado do Paraná”
Osmar Dias desde segunda-feira não atendeu mais à imprensa para falar sobre alianças. Via twitter, o senador confirmou recebimento da proposta tucana e disse que irá analisá-la e respondê-la por escrito.
“Minha pré-candidatura continua valendo, bem como prosseguem as conversas com outros partidos. Portanto, todas as ilações a respeito da minha desistência não passam de boatos. Sou pré-candidato ao governo do Estado do Paraná”, tuitou.
Já o presidente estadual em exercício do PDT, deputado Augustinho Zucchi, disse que não há mais possibilidade de reabrir o diálogo com o PT para construir aliança eleitoral para este ano.
“A conversa com o PT está encerrada. Foi encerrada pelo próprio PT e nós acatamos”, disse o pedetista que está na condução das negociações entre PDT e PSDB para restabelecer a coligação que reelegeu Beto à prefeitura de Curitiba, em 2008.
Sobre as declara,ções repetidas várias vezes pelo senador Osmar Dias de que o ponto final das negociações com o PT só poderia ser dado pelo presidente Lula, com quem começou a conversa sobre aliança, Zucchi deu de ombros.
“Essa conversa já ocorreu antes e a forma de acordo era aquela mesmo e ponto final”, desconversou. Ele se referiu à posição do PT do Paraná de manter a candidatura de Gleisi Hoffmann ao Senado.
O acordo entre os dois partidos desandou quando o PDT exigiu a indicação de Gleisi como candidata a vice-governadora. “Nós estamos em outra. Estamos buscando outras alternativas, outros partidos. Mas claro, quem decide é o Osmar “, disse Zucchi.