Para o presidente da Associação dos Promotores de Justiça do Paraná, Jair Cirino dos Santos, o problema da criminalidade não será combatido com mais violência. Segundo ele, a proposta do candidato do PDT ao governo, senador Álvaro Dias, que autorizaria a polícia a atirar primeiro, não pode ser admitida pela sociedade: “Sobre essa proposta não há o que falar. O problema do crime tem que ser resolvido de forma diferente e não é com esse tipo de resposta que se combate a criminalidade”, opina.
O ex-comandante da Polícia Militar Miguel Arcanjo Caprioti foi enfático ao afirmar que a declaração do candidato está totalmente equivocada: “Violência apenas gera violência. A polícia tem que estar preparada para defender a sociedade. E mesmo quando abordamos um criminoso, usamos mecanismos de detenção e não de violência. Polícia tem que ser preparada, policial tem que estudar para se reciclar”, pondera. Caprioti contou que ao ouvir a proposta de governo do senador Roberto Requião (PMDB) achou que, mais uma vez, ele foi muito coerente: “Na época em que eucomandava a PM, discutíamos os problemas diretamente com o governador. Fico satisfeito quando ouço Requião dizer que vai fazer uma limpeza nas polícias. É disso que está precisando, com urgência, o setor de segurança”.
Ele aprova a intenção do senador peemedebista de, se eleito, não nomear o secretário da Segurança, resolvendo a questão, num primeiro momento, pelas próprias mãos. E sugere a reativação do Projeto Povo, idealizado pelo governo peemedebista: “Era a polícia próxima da população. As pessoas não temiam os policiais, pelo contrário, existia amizade.”