Poluição visual em época de campanha eleitoral atinge principalmente os bairros mais pobres. É a constatação do professor da PUCPR Marcos José Zablonsky, especialista em opinião pública. Segundo ele, regiões mais afastadas e com maior densidade populacional costumam conviver com maior intensidade com as ações de campanha realizadas pelos candidatos, que acabam mudando a cara do bairro.

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“Normalmente, candidatos com visão mais regional, como por exemplo os que concorrem ao cargo de deputado estadual, costumam realizar discussões mais pontuais e regionalizadas e, por isso, partem para a campanha nos bairros distantes e mais populosos, onde esse discurso tem mais identificação. E para que a mensagem chegue, eles investem na propaganda nesses locais. Nas regiões centrais, por exemplo, encontramos essas propagandas apenas nos corredores de trânsito”, diz Zablonsky.

Apelo

Segundo o professor, a grande quantidade de placas e cavaletes de campanha encontradas nessas regiões é resultado de uma lei eleitoral mais exigente em relação à propaganda política. “Na TV e no rádio, o tempo é mais curto. Por isso, os candidatos apelam para os cavaletes porque é o que a lei permite. Hoje não pode mais carros de som, muros pintados e panfletagem. Além disso, o custo de campanha está mais caro. A mão de obra também tem um custo alto. E as placas e cavaletes se encaixam dentro da lei e acabam sendo muito utilizadas”, afirma.

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Ainda de acordo com o professor, as placas promovem uma poluição visual que acaba gerando reações negativas por parte dos cidadãos e atrapalham a concentração de motoristas em trânsito. “Vemos diariamente cavaletes quebrados e escutamos histórias de pessoas que destroem esses materiais de campanha na rua. Mas as placas e cavaletes também atrapalham a atenção do motorista, que é atingido por essa poluição visual por cada placa que ele passa. Esses cavaletes acabam tirando a atenção”, aponta.

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