Propaganda de Padilha causa atrito entre empresa e o PT

Propaganda na TV do pré-candidato petista ao governo de São Paulo, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, sobre a escassez de água no Estado, provocou uma troca de ataques entre a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e o PT.

A peça publicitária, que foi ao ar nesta terça-feira, 23, traz Padilha como protagonista e explora a crise hídrica, indicando que não houve planejamento nem investimento no setor. A presidente da Sabesp, Dilma Pena, classificou como “mentira” e “total desinformação” a fala do petista. “Ele é candidato e é uma politização errada, até mesmo do ponto de vista dos fatos técnicos”, diz.

Na vinheta do PT, de 30 segundos, Padilha aparece caminhando sobre o chão seco e rachado de um reservatório do Sistema Cantareira. Ele ataca a gestão Geraldo Alckmin (PSDB). “Enquanto o Sistema Cantareira está quase seco, o reservatório da Billings está repleto de água. Essa é mais uma prova de que não falta água na Grande São Paulo. Falta governo estadual, falta planejamento, faltam obras”, diz. “Falta um governo à altura dos paulistas.”

Ao rebater a propaganda, Dilma defende que a companhia investe R$ 2,5 bilhões por ano. Alega que não é correto comparar os níveis da Billings ao do Cantareira. “Tudo que poderíamos retirar da Billings ou foi retirado ou está em fase de projeto. E esse evento extremo (de seca) que acometeu o Estado afetou a região norte”, diz. “Foi fenômeno inesperado. Se tivéssemos de fazer de novo a previsão, teríamos repetido as mesmas simulações de chuvas.”

Após as repercussões da Sabesp, o presidente estadual do PT de São Paulo, Emidio de Souza, declarou em nota que o governo tucano age com “grosseria e arrogância” ao responder aos “dados” apresentados.

“Só para lembrar, a outorga de renovação do Sistema Cantareira (portaria do DAEE, número 1213, de 6 de agosto de 2004) já recomendava, há 10 anos, que a Sabesp deveria fazer estudos e projetos para reduzir a dependência do Sistema Cantareira”, diz a nota. Alckmin disse, na semana passada, que não faria “picuinha política” com a crise de abastecimento de água de São Paulo.

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