O Ministério Público de São Paulo deu prazo de 20 dias para a Assembleia Legislativa apresentar a lista de funcionários e os comprovantes de pagamento de todos os servidores que trabalham ou trabalharam para o deputado estadual Gil Diniz (PSL), um dos principais aliados da família Bolsonaro no diretório do partido no Estado. Diniz é acusado por um ex-assessor de operar um esquema de “rachadinha” – quando os funcionários têm de devolver parte ou a totalidade dos salários ao político que o emprega.
O pedido faz parte de um dos dois inquéritos abertos para investigar o caso – um na esfera cível e outro na criminal, tocado pelo procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, porque o deputado tem foro especial.
O autor da denúncia, Alexandre Junqueira, afirma que tinha de dar parte de seu salário – uma “gratificação” – para o deputado. Segundo ele, outros funcionários também tinham de repassar parte dos próprios vencimentos ao parlamentar, que nega. O dinheiro, segundo o ex-servidor, serviria para pagar apoiadores de Diniz.
Junqueira deve prestar depoimento dentro de 30 dias. Já Diniz deverá enviar sua defesa por escrito em um prazo de 15 dias. O gabinete do deputado afirmou que ainda não foi notificado sobre a abertura da investigação. Segundo o gabinete, na semana passada, assessores de Diniz juntaram voluntariamente seus extratos bancários e enviaram ao deputado, para auxiliá-lo na defesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.