O diretor de Relações Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud, relatou, no dia 5 de maio, que o dono da JBS, Joesley Batista, aceitou pagar R$ 2 milhões ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), para que ele pudesse resolver suas pendências financeiras com dois advogados, Alberto Toron e Sânzio Nogueira.

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“Entregamos R$ 500 mil em dinheiro vivo, notas de R$ 100”, detalhou sobre o pagamento da primeira de quatro parcelas, em depoimentos à Procuradoria-Geral da República.

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O dinheiro foi entregue ao primo do senador, Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, depois que Aécio se recusou a participar da transação, realizada no escritório da JBS, em São Paulo. “Ele pegou o dinheiro, colocou na mochila, pegou um táxi e voltou para Belo Horizonte”, relatou Saud que entregou pessoalmente o valor, que seria entregue ao advogado Sânzio Nogueira.

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O diretor da JBS afirmou que o primo de Aécio foi até São Paulo de avião e voltou para a capital mineira de táxi, com um motorista que trabalha com ele há mais de 20 anos. “Trabalha para levar dinheiro?”, perguntou o procurador. “Eu não posso dizer que é para levar dinheiro, mas pelo que eu entendi, sim”, respondeu.

De acordo com o depoimento, o grupo JBS pagou R$ 80 milhões para a campanha do então candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, em 2014. Mas o senador “continuou pedindo mais”, acreditando que a empresa ainda tinha compromisso com ele. “Ele nunca fez nada por nós na verdade. Prometeu, prometeu e nunca fez nada”.

Defesa

Em nota divulgada nesta quinta-feira, 18, quando anunciou que se licenciaria da presidência do PSDB por tempo indeterminado para se “dedicar diuturnamente a provar sua inocência e de seus familiares”, o senador Aécio Neves disse que vai se empenhar para “resgatar a honra e a dignidade que construiu ao longo de mais de 30 anos de vida pública”. “O tempo permitirá aos brasileiros conhecer a verdade dos fatos e fazer ao final um julgamento justo”, afirmou.