Eleições 2016

Promessa eleitoral, reintegração do transporte de Curitiba depende de licitação metropolitana

WI FI METROCARD - CURITIBA - PARANA - 12/07/16 - Metrocard disponibiliza rede wi-fi gratuita para usuarios da rede de transporte coletivo. FOTO: Felipe Rosa / Tribuna do Parana - AGP

Rafael Greca (PMN) e Ney Leprevost (PSD), candidatos à prefeitura de Curitiba, prometem retomar a integração da gestão da Rede Integrada de Transportes assim que forem eleitos.

Se houver vontade política, isso é possível em um curto espaço de tempo. Mas precisará combinar com os empresários do setor e com os demais prefeitos da região metropolitana, que precisam ser envolvidos na discussão da licitação das linhas metropolitanas e da criação de um sistema verdadeiramente integrado, conforme preconiza o Estatuto das Metrópoles.

No começo do ano passado, a gestão da RIT foi desintegrada após a prefeitura de Curitiba e o governo Beto Richa não se entenderem sobre o valor do subsídio estadual para equilibrar as contas do sistema metropolitano, que tem linhas mais longas e deficitárias. Sem acordo, 106 das 356 linhas da rede passaram a ser gerenciadas pela Comec.

O órgão estadual para a região metropolitana então decidiu repassar a gestão do sistema de bilhetagem às empresas. E elas contrataram uma empresa diferente da que opera em Curitiba.

O resultado disso foi a substituição de todos os validadores, bem como dos sistemas de comunicação e localização dos veículos. O período de transição entre os cartões durou seis meses, mas toda a integração das linhas metropolitanas a esse novo sistema demorou um ano.

Lessandro Zem, presidente da associação das empresas metropolitanas de transporte coletivo, afirma que vê grandes dificuldades para a retomada de uma gestão unificada.

“O usuário vai enfrentar uma nova situação e teremos alguns ‘nós’ a serem desatados. Hoje, são mais de 250 mil pessoas utilizando o novo sistema Metrocard. Muitas delas, inclusive, aderiram a benefícios oferecidos pelo nosso sistema, como o cartão pós-pago da Mastercard. Uma situação possível é a existência de sistemas independentes de gestão, mas com uma agência reguladora geral fazendo a fiscalização disso tudo.”

Esse sistema ao qual Zem se refere, inclusive, teve umcusto que inicialmente ficou a cargo das próprias empresas. A Metrocard alugou os serviços da Transdata por R$ 256 mil mensais para 715 validadores (R$ 358 por equipamento, incluindo a locação dos softwares, manutenção e também os próprios validadores).

Caso seja levado ao fim (o prazo é de 72 meses), o contrato custará R$ 17,7 milhões.

Curitiba, por sua vez, tem um contrato de manutenção com a Dataprom e planeja lançar um edital de licitação do seu sistema de bilhetagem até o próximo mês de novembro.

Nada impede, porém, que os dois sistemas utilizem o mesmo cartão e sejam integrados. Em São Paulo, por exemplo, a SPTrans contrata equipamentos de bilhetagem de mais de uma empresa e os usuários usam apenas um cartão, o Bilhete Único. O mesmo cartão também é válido nas redes do CPTM (trens) e Metrô, que não necessariamente operam com a mesma empresas dos ônibus.

 

Licitação das linhas metropolitanas ocorrerá até 2017, promete Comec

Seja qual for a decisão do novo prefeito, ela terá de obedecer ao novo Estatuto das Metrópoles, aprovado em janeiro do ano passado. A Comec informou que está elaborando as diretrizes básicas do Plano de Mobilidade Regional que servirá de base para a licitação que deverá ocorrer no ano que vem. Atualmente, apenas o sistema de Curitiba é licitado. As linhas metropolitanas operam por meio de autorizações precárias.

 

RIT-M dobrou o seu tamanho, diz Metrocard

Lessandro Zem cita também que o sistema recebido pela Associação Metrocard hoje ter crescido. “Quando pegamos, o sistema representava 30% da RIT. Mas hoje integramos outros municípios que tinham cartões individualizados e, caso a gestão voltasse a ser integrada, essas linhas hoje representariam de 45 a 50% de toda a rede. A frota saltou de 400 a 500 ônibus para mil”, afirma.

A frota de ônibus assumida pela Comec quando da desintegração financeira dos sistemas era de 570 veículos. A Metrocard já respondia por outro sistema, o metropolitano não-integrado. Com o sistema integrado ao de Curitiba em mãos, os empresários passaram a integrar seus dois sistemas e hoje todas as linhas metropolitanas usam o mesmo cartão.

Outro desafio a ser superado, caso Ney ou Greca queiram reintegrar as gestões, é a tarifa. Até fevereiro de 2015, a RIT tinha uma tarifa única. Agora, são quatro degraus tarifários que variam de acordo em grupos de municípios de acordo com as distâncias percorridas pelas linhas.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna