Quatro projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados pretendem acabar com a corriqueira prática de emendar os feriados. Três propostas preveem a antecipação das folga sempre para as segundas-feiras. E outro projeto estabelece que a folga sempre será na segunda-feira seguinte se a data comemorativa cair nas terças, quartas, quintas e sextas.
Os autores dos quatro projetos alegam principalmente razões econômicas para fixar as folgas sempre às segundas: o país perde muito dinheiro emendando a folga em dias que deveriam ser de trabalho. Mas as propostas, em tese, também acabariam com a “farra” dos feriadões emendados no próprio poder público, que costuma ser muito mais generoso nas folgas do que o setor privado.
A polêmica de Cármen Lúcia no STF e o superferiado da República na Câmara
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, causou polêmica ao adiar o feriado do Dia do Servidor, celebrado no último sábado (28), para a próxima sexta-feira (3). Com isso, os servidores do STF vão emendar a folga de Finados, comemorado nesta quinta (2), com o fim de semana – algo que teoricamente não deveria ocorrer. O Dia do Servidor Público só é feriado para o funcionalismo.
Já deputados vão emendar o feriado deste semana, mesmo sem oficializar isso. E devem repetir a mesmo na semana da Proclamação da República, criando um superferiado de sete dias. O dia 15 de novembro cai numa quarta-feira e a Câmara já anunciou que não haverá votações durante toda a semana. Ou seja, a folga será estendida para a segunda, terça, quinta e sexta.
O que dizem os quatro projetos de lei que acabam com os feriadões emendados
O Projeto de Lei 2.756 é o mais antigo dos quatro. De autoria do deputado Milton Monti (PR-SP), a proposta está tramitando desde 2003. Monti propõe o adiamento dos feriados para as segundas-feiras seguintes à data comemorativa. Se houver mais de um feriado na mesma semana, um deles ficará na segunda seguinte e o outro, somente uma semana depois.
O projeto de Monti, porém, estabelece exceções, quando a folga não seria mudada de dia: 1.º de janeiro, carnaval (sempre cai numa terça), Sexta-Feira Santa, 7 de Setembro (Independência) e Natal (25 de dezembro).
O Projeto de Lei 2.257, do deputado Edmar Arruda (PSD-PR), ao contrário da proposta de Monti, prevê a antecipação da folga para a segunda-feira anterior, e não o adiamento. Outra diferença é que, se houver mais de um feriado na mesma semana, os dois seriam comemorados na mesma segunda.
A proposta de Arruda também tem exceções, mas menos numerosas que as do deputado paulista. Apenas 1.º de janeiro, 7 de setembro e o Natal não seriam antecipados. Arruda apresentou o projeto em 2011.