A candidata do Partido Verde (PV) à Presidência da República, Marina Silva, é a concorrente que terá menos tempo nas campanhas eleitorais a serem exibidas na televisão em relação aos candidatos favoritos: 1 minuto e 24 segundos. Mesmo assim, Marina exibe confiança e tentará passar aos seus eleitores sua plataforma de governo em tão pouco tempo.
“O que vai aparecer nesse um minuto e meio tem algo muito consistente. O programa eleitoral ajuda a definir voto, mas não é o único mecanismo para essa decisão, Debates, coberturas jornalísticas e a interação com a internet e no dia-a-dia, e no corpo-a-corpo também serão muito importantes”, disse ela hoje, a jornalistas, em um estúdio na capital paulista para a gravação de seu programa. O horário eleitoral na televisão começa no dia 17 de agosto.
A direção dos vídeos – ao todo serão 19 programas – é de Celso Yamashita e a coordenação, de Paulo de Tarso, criador da campanha “Lula lá” de 1989. Nos primeiros vídeos participam especialistas que ajudaram Marina na elaboração de suas propostas, os chamados “cabeças de rede”. Já foram gastos cerca de R$ 1,7 milhão com a produção dos programas de TV.
Dentre os especialistas estão o antropólogo Luiz Eduardo Soares, que falará sobre segurança; o economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Ricardo Paes de Barros, que abordará programas sociais; o secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, que falará sobre saúde; a socióloga Neca Setúbal, que discorrerá sobre educação; e o candidato a vice-presidente na chapa do PV, Guilherme Leal.
“Temos porta-vozes autênticos que estão num esforço coletivo para mobilizar a sociedade brasileira para os grandes desafios que temos. Grandes conquistas foram realizadas, mas não é motivo para nos acomodarmos”, afirmou a candidata. Segundo ela, é “um programa tão curtinho e será uma agradável surpresa. Frasquinho pequenininho, mas bom perfume”.
Marina também comentou o resultado da pesquisa Ibope, divulgada ontem à noite, que mostrou a candidata com 8% das intenções de voto ante os 7% da pesquisa anterior. “Vejo como um começo e um começo muito bom”, disse.
Além disso, ela criticou a Medida Provisória 487, que autoriza os Estados a adquirirem empréstimos mesmo sem cumprir as metas do plano de ajuste fiscal. De acordo com Marina, a deputada Solange Almeida (PMDB/RJ) está incluindo emendas para que o custo do atraso da construção de hidrelétricas seja repassado ao consumidor nas tarifas. “Isso significa que alguém está se ‘desresponsabilizando’ e que o consumidor está sendo duplamente penalizado”, declarou a presidenciável.