O programa proposto até aqui por um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, caso o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff siga adiante, vai contra conquistas sociais e trabalhistas e jamais passaria pelo crivo das eleições, afirmou nesta terça-feira, 3, o ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto. Para o ministro, Temer tornou-se “um impostor” ao rasgar “seus compromissos constitucionais” e fazer a opção de “ir para a ilegalidade”.
“O programa anunciado pelo vice-presidente Michel Temer é claramente destruidor de conquistas sociais e trabalhistas do povo brasileiro. É bem por isso que parte das elites econômicas e políticas reacionárias deste País promove o golpe. Essa proposta de País que ele representa jamais será eleita pelo povo brasileiro no ambiente democrático, por isso tem de ser combatido”, afirmou Rossetto, pouco antes de participar do lançamento, no Rio, da Linha de Crédito FAT Cultura, ao lado do ministro da Cultura, Juca Ferreira.
A linha de crédito vai disponibilizar R$ 100 milhões para capital de giro e investimentos direcionados a empresas com faturamento bruto anual de até R$ 3,6 milhões e microempreendedores individuais (MEI). Os empréstimos poderão ser pedidos a partir de segunda-feira, dia 9. A linha será operada pelo Banco do Brasil.
O foco da linha de crédito é a cadeia produtiva da música. O evento de anúncio reuniu artistas como os compositores Lenine, Ivan Lins e Roberto Frejat na Fundação Casa de Rui Barbosa.
Segundo Rossetto, medidas anunciadas recentemente, como essa linha de crédito ou o reajuste do benefício do Bolsa Família, mostram que o governo federal “está governando”, pois foi eleito para isso.
Já o ministro da Cultura defendeu “políticas de Estado” para a área e a correta remuneração dos músicos e demais artistas em função da atualização dos mecanismos de cobrança de direitos autorais, inclusive as novas tecnologias. Juca Ferreira também criticou o processo de impeachment de Dilma. “Estou muito engajado no sentido de resistir a um governo ilegítimo e a um golpe de Estado”, afirmou o ministro, aplaudido pela plateia.