O programa eleitoral do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, voltou a explorar as denúncias que envolvem a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, apresentada como braço direito da principal adversária do tucano na corrida ao Palácio do Planalto, a petista Dilma Rousseff. Coube a um ator fazer as críticas mais pesadas e associar o caso à Dilma e ao ex-ministro José Dirceu. Serra não tocou no assunto.
“O caso grave que atinge a ministra-chefe da Casa Civil ganha nova força. Agora surgem denúncias de empresas fantasmas, contratos sem licitação e tráfico de influência”, disse o ator, que afirmou que Dilma minimizou as denúncias sobre Erenice e sobre o filho da ministra. O ator destacou ainda que houve pagamentos de propina quando Dilma ainda era ministra da pasta. “Zé Dirceu veio primeiro, Dilma depois e deixou Erenice no seu lugar. Você conhece mesmo essa turma? É isso mesmo que você quer para o Brasil?”, questionou o ator.
Serra preferiu falar sobre segurança pública e fez críticas direcionadas à Dilma, mas sem citar seu nome. “Um presidente precisa mostrar liderança e agir com a própria cabeça. Não dá pra ficar perguntando para os outros, consultando ou pedindo autorização todo tempo”, afirmou o candidato.
Ele voltou a prometer a criação do Ministério da Segurança Pública e acusou o governo federal de se omitir sobre o problema e jogar a culpa nos governadores. “Tem um monte de ministérios que só servem mesmo de cabide de emprego para os amigos. Comigo não vai ser assim, vou criar o ministério da segurança e ele vai funcionar.”
O tucano também pregou o combate à impunidade, citou os casos envolvendo Tim Lopes, Patricia Franco e Sandra Gomide e fez críticas veladas à Dilma. “Esse é um problema da Justiça e da legislação, mas, se o presidente tiver coragem e não andar em más companhias, ele pode influir sim. O presidente precisa fazer valer sua força política para acabar com a impunidade que existe hoje”, afirmou. O programa também exibiu Serra como o “ministro do Planejamento das grandes obras”, com imagens e realizações semelhantes às exibidas pelo programa de Dilma.
Parceria
O programa de Dilma Rousseff (PT) não tocou nos assuntos e denúncias sobre Erenice Guerra e continuou a investir na parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Já avançamos muito no governo do presidente Lula, por isso temos tudo para avançar ainda mais nos próximos anos”, afirmou a candidata.
“Há oito anos, quando comecei a trabalhar ao lado do presidente Lula, assumimos o maior compromisso que um governo pode assumir com seu povo: mudar o País. O Brasil mudou, ainda há muito a fazer, e por isso quero ser presidente do Brasil, para dar continuidade a esse trabalho”, disse Dilma. O locutor do programa falou sobre a vantagem de Dilma sobre Serra na última pesquisa Datafolha. “É Dilma presidente no primeiro turno para o Brasil seguir mudando.”
Lula, por sua vez, apareceu no horário destinado aos deputados para pedir votos na legenda do PT. “Minha experiência como presidente me ensinou uma coisa muito importante. Quem está no governo precisa ter um bom time de deputados, um time que ajuda a aprovar bons projetos, defende o governo e não deixa a turma do contra ficar inventando crise o tempo todo.”
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou o inchaço e a ineficiência do governo federal e prometeu não criar mais ministérios e órgãos estatais. “O pior de todos os desperdícios é a corrupção. É um absurdo pagar por uma ambulância o valor de três, construir pontes onde não existe estradas ou pagar por exames de saúde que não foram feitos”, afirmou. No programa, o ator Marcos Palmeira pediu votos para a senadora.
Propostas
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) defendeu a auditoria da dívida pública e o investimento em saúde pública. “Ganhar dinheiro investindo no câncer do próximo é algo que eu considero fim do mundo. Saúde não é mercadoria, é direito do homem e da mulher”, afirmou. Rui Costa Piment,a (PCO) criticou o reajuste dado aos funcionários dos Correios e acusou o governo de tentar privatizar a empresa.
Zé Maria (PSTU) pregou a estatização da Petrobras. José Maria Eymael (PSDC) convidou as pessoas a participar de um chat com ele na internet. Levy Fidelix (PRTB) disse que as pesquisas eleitorais são fajutas e prometeu diminuir impostos e juros. Ivan Pinheiro (PCB) defendeu a suspensão das obras para transposição do Rio São Francisco.