As emendas encaminhadas por deputados da bancada do governo retardaram mais uma vez o processo de votação dos dois projetos de lei que tratam de benefícios para funcionários e professores da rede estadual. A avaliação de que a bancada do governo encaminhou emendas protelatórias é do presidente estadual do PT, deputado André Vargas, que entende que elas não mudam o conteúdo dos projetos. "Elas tratam somente de problemas de redação", diz.
As emendas devem ser apreciadas pela Comissão de Constituição e Justiça hoje no início da manhã, para serem votadas em seguida na sessão plenária, que deve começar às 10h. Segundo Vargas, o projeto de lei de equiparação salarial entre professores e servidores públicos estaduais recebeu emenda dos governistas para que seja transformado em lei complementar. Desse modo, altera-se o quórum necessário para aprová-lo, que passa a ser dois terços do total de parlamentares. E o projeto que institui o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos do Quadro dos Funcionários da Educação Básica da rede pública de ensino recebeu emenda para que seja substituído o termo "remuneração" por "vencimento", o que, segundo Vargas não muda muita coisa.
O líder do governo, deputado Dobrandino da Silva (PMDB), afirmou que manobras são normais nas sessões legislativas, e que o governo não tem condições de aceitar o pedido dos professores. "Eles sabem que não há condições financeiras do Estado. Neste ano é impossível o aumento que desejam", afirma.
A APP-Sindicato voltou a ocupar as galerias da Assembléia, pedindo a votação dos projetos. Professores e funcionários aguardam a votação dos projetos desde o dia 23 de abril. No entendimento do coordenador da direção da APP-Sindicato, Luiz Carlos Paixão, houve uma manobra para ganhar tempo. "Deputados ligados ao governo não querem aprovar os projetos. Para insatisfação deles, o presidente da AL (Hermas Brandão) nos garantiu que os projetos e as emendas devem ser analisadas na reunião de quarta-feira da CCJ e ir para segunda votação no mesmo dia. Esperamos que isso aconteça", declara Paixão.