Os professores concursados da rede estadual de ensino irão receber no final do mês o reajuste salarial de 17,04% aprovado ontem, em redação final, pela Assembléia Legislativa.
Das quatorze categorias contempladas pela política de reposição salarial do governo, os professores serão os primeiros a receber o reajuste, segundo anunciou ontem o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), após participar de um almoço com o governador Roberto Requião (PMDB) e deputados da base aliada ao governo na Assembléia Legislativa, no Palácio Araucária, onde o governo se instalou enquanto o Palácio Iguaçu está sendo reformado.
O líder do governo afirmou que o reajuste dos professores deve representar uma despesa extra de cerca de R$ 23 milhões mensais. O governo ainda não definiu qual será o próximo setor a receber o reajuste. A decisão depende da capacidade orçamentária do estado, conforme estabelece o texto aprovado pela Assembléia Legislativa. Romanelli afirmou que, até o final deste ano, todas as categorias terão seus salários corrigidos, mas ainda não está estabelecida a ordem de aplicação dos reajustes.
Pendências
O convite para almoçar ontem partiu de Requião, que agradeceu aos deputados pela aprovação dos projetos de interesse do Palácio Iguaçu, entre eles o do reajuste para os servidores públicos. Conforme o líder do governo, o processo de reaproximação do governador com suas bases ainda depende da solução para alguns conflitos.
A nomeação de indicados dos deputados para as chefias de núcleos do governo no interior do Estado é um assunto que ainda não está resolvido, disse o líder. Requião resiste a fazer a troca de funcionários, recusando-se a aceitar o que considera ingerências políticas em questões administrativas.
Entretanto, Romanelli disse que vários deputados da base de sustentação, incluindo ele, reclamam que esses postos estão ocupados por adversários políticos nos municípios que representam. Romanelli citou que, em Cornélio Procópio, um dos municípios da sua base eleitoral, as chefias de núcleo estão com indicados do ex-deputado Hermes Fonseca (PT). O líder disse que Fonseca é seu adversário pessoal e que, nessa situação, acha que deve haver renovação nesses cargos.
Ainda de acordo com o líder do governo, em outras cidades, há casos de núcleos chefiados por aliados do senador Osmar Dias (PDT), adversário do governador na eleição do ano passado. ?Por enquanto, o governador tem uma postura mais ou menos intransigente. Mas nós queremos conversar porque não podemos ter pessoas sabotando o exercício do mandato do parlamentar em suas regiões?, disse.