Em parecer encaminhado à Justiça Federal no Paraná, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato se manifestaram a favor do tratamento psicológico do ex-diretor de área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde ele está preso.
“A partir da análise dos autos, o MPF não se opõe que o investigado Nestor Cerveró receba acompanhamento psicológico dentro da custódia, desde que previamente autorizado judicialmente, devendo informar periodicamente ao juízo a evolução do tratamento”, assinala o documento da Procuradoria da República no Paraná.
A iniciativa do Ministério Público Federal atende à decisão do juiz Sérgio Moro que pediu a manifestação dos procuradores após receber a solicitação da defesa de Cerveró pedindo que o ex-diretor tenha direito a consultas semanais com psicólogo na prisão.
A solicitação foi encaminhada à Justiça Federal na semana passada, após o ex-diretor da Petrobras passar mal na carceragem da PF e ser socorrido pelo Samu. Sua defesa afirmou à Justiça Federal que ele sofre de ansiedade e depressão e pediu que o executivo tenha direito a consultas semanais com psicólogo na prisão. Segundo a psicóloga que cuida do ex-diretor, seu quadro depressivo se agravou em abril de 2014, um mês após a deflagração da Lava Jato.
Segundo a defesa, o executivo já vem sendo medicado na carceragem da PF, mas ainda assim precisa de consultas com um psicólogo. “Em decorrência do seu transtorno psicótico (depressão maior), o indiciado precisa de acompanhamento médico para dar continuidade ao seu tratamento, especialmente, de consultas semanais com psicólogo”, assinala o advogado Ricardo Ribeiro, que defende o ex-diretor, em petição encaminhada à Justiça Federal no Paraná.
O documento é acompanhado de atestados da psicóloga Elizabeth Carneiro, da Santa Casa do Rio de Janeiro, que afirma que Cerveró é seu paciente há três anos. “(Cerveró) faz tratamento psicoterápico desde esta época para um quadro de transtorno de ansiedade com sintomas de angustia e inquietação”, assinala a psicóloga.
“Desde o mês de abril de 2014, vem apresentando claramente sintomas depressivos severos, necessitando assim de tratamento psicológico para esta patologia”, continua Elizabeth que afirma que, atualmente, Cerveró sofre de “depressão maior”.