Mensalão

Procuradores vão a Bolonha por detalhes sobre Pizzolato

Os procuradores da República Vladimir Aras e Eduardo Pellela vão nesta segunda-feira, 17, à Corte de Apelação de Bolonha, na Itália, saber detalhes do processo italiano do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de prisão na ação penal do mensalão e preso na Penitenciária de Sant’Anna, em Módena, na Itália.

Em território italiano desde a semana passada, os dois procuradores – respectivamente chefes de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República (PGR) e de gabinete do procurador-geral, Rodrigo Janot – estiveram na sexta-feira, 14, na Embaixada do Brasil em Roma. Lá, conversaram com o adido da Polícia Federal (PF) Disney Rossetti sobre as investigações. Nesta terça-feira, 18, estarão em Módena para obter informações sobre as investigações da polícia local.

Pizzolato foi preso no dia 5 numa operação da polícia italiana, acompanhada pela PF brasileira e com informações de autoridades de segurança da Espanha. Estava em Pozza di Maranello, perto de Módena, e portava documentos em nome de Celso Pizzolato, um irmão que morreu em 1978. Na semana passada, foi indiciado pela polícia de La Spezia, onde alugara uma casa, pelos crimes de falsidade ideológica, falso-testemunho e substituição de pessoa.

Com o nome do irmão morto, o ex-dirigente do BB movimentava contas bancárias em território espanhol e se apresentava na Itália. Ao ser preso, tinha ? 15 mil em dinheiro, computadores e registros de transações financeiras. Autoridades brasileiras especulam que os equipamentos de informática poderiam conter novas informações sobre o mensalão.

Informações colhidas pelos procuradores poderão ser usadas no pedido de extradição em preparação pela PGR e que será encaminhado ao Ministério da Justiça. De lá, o documento seguirá para o Ministério das Relações Exteriores (MRE), que o enviará à Itália. A extradição, porém, é pouco provável: Pizzolato tem dupla nacionalidade, brasileira e italiana, e os dois países não se obrigam por tratado a extraditar os nacionais.

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