Pela primeira vez em sete anos de investigação, o Ministério Público da Suíça acusa formalmente um suspeito de ter mediado o pagamento de supostas propinas da empresa Alstom para garantir contratos públicos no Brasil, além de licitações em outros países emergentes.
O suspeito é o banqueiro suíço Oskar Holenweger, acusado formalmente por lavagem de dinheiro e por administrar recursos provenientes de corrupção de um “grupo industrial francês”. O tribunal de Bellinzona, na Suíça, confirmou ontem que a acusação anunciada se refere a pagamentos da Alstom. O banqueiro agora terá de responder às acusações perante a Justiça.
O Ministério Público confirmou que as investigações mostraram relações do caso com o Brasil. Os suíços já haviam bloqueado contas em nome de 19 brasileiros por serem suspeitos de envolvimento com propinas da Alstom. Em São Paulo, a suspeita está relacionada com os contratos do Metrô.
A Alston nega qualquer envolvimento em atos ilegais e diz estar colaborado com todas as investigações. As suspeitas são de que a gigante do setor de energia pagou propina a funcionários públicos do Brasil, da Venezuela, da Ásia e da África entre 1995 e 2003 para garantir contratos.
Na acusação apresentada ontem, o banqueiro seria responsável por desviar 6,4 milhões de euros, segundo o procurador federal Lienhard Ochsner. O banqueiro nega as acusações. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.