O depoimento, ontem, do ex-coordenador da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), procurador Dartagnan Cadilhe Abilhôa, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Grampo Telefônico, não trouxe dados novos às investigações. Abilhôa afirmou que não houve vazamento de informações nos períodos em que esteve à frente da PIC, entre 1994 e 2002, e entre 2004 e 2005.
Abilhôa afirmou que teve conhecimento de um problema em 2003, período em que não trabalhou na PIC, quando foi investigada a interceptação do juiz federal Sergio Moro. Um dos envolvidos no grampo do magistrado afirmou que o policial civil Mauro Castro, já falecido, teria dito que havia um policial da PIC que faria escuta ilegal. Segundo Abilhôa, na época, Moro lhe disse que procuradores da República e a Polícia Federal estavam investigando o caso.
O ex-coordenador da PIC foi questionado pelo relator da CPI, Jocelito Canto (PTB), a respeito do episódio que envolve o filho dele, Ricardo Abilhôa, numa suposta tentativa de extorsão do traficante mexicano Ernesto Plascencia San Vicente, em 2004. O procurador informou que foi instaurado inquérito contra o traficante em 2004 na PIC, porém, as impressões digitais colhidas do mexicano – que foram analisadas pela Interpol, via Polícia Federal, e por órgãos americanos de combate a narcotráfico – não acusaram envolvimento dele em crimes dessa natureza.
?Somente dois anos depois é que a Polícia Federal veio a descobrir que ele era traficante. Acredito que foi um acaso do destino não conseguirmos pegá-lo antes disso. Hoje eu faria exatamente a mesma coisa?, afirmou.
