O procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, admitiu, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que se reuniu com o então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) na casa da promotora Deborah Guerner nas eleições de 2006. Delator do esquema de corrupção no DF, Durval Barbosa disse, em depoimento ao Ministério Público (MP) em 11 de dezembro passado, que Bandarra acertou, neste encontro com Arruda, que não atrapalharia os planos do governo – entre eles o de renovar, sem licitação, os milionários contratos de limpeza urbana. Segundo Barbosa, Bandarra teria recebido R$ 1,6 milhão pelo acordo.
Ontem, Bandarra confirmou o encontro citado por Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo do DF, mas negou o teor divulgado pelo delator. “Foram contatos políticos. Não houve nenhuma combinação de nenhum benefício”, afirmou. Segundo Barbosa, a promotora era quem negociava os acordos em nome de Bandarra. Desde então, é investigada pela Justiça.
Bandarra afirmou conhecer Deborah há mais de 10 anos, mas desmentiu qualquer negociação. Ontem, o jornal revelou que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) começou a intervir no MP do DF para acelerar as investigações contra Bandarra. Integrantes do órgão de controle externo do MP avaliam que a corregedoria do órgão está analisando o caso em ritmo lento demais, protegendo o chefe dos procuradores e promotores de Brasília.