O procurador-geral de Justiça, Marcio Fernando Elias Rosa, criou uma força tarefa para investigar denúncias de envolvimento do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Fernando Capez (PSDB) em esquema de fraudes da merenda escolar desmontado na Operação Alba.

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O grupo será presidido pelo próprio chefe do Ministério Público do Estado e terá a participação dos procuradores Nelson Gonzaga, ex-corregedor-geral do MP, Nilo Spinola Salgado Filho e dois promotores de Bebedouro, no interior paulista, sede da COAF – cooperativa onde se teria instalado organização criminosa que, segundo a investigação, distribuía propinas a agentes públicos no valor de até 25% sobre contratos de venda de produtos agrícolas para a merenda.

Capez é citado em vários depoimentos de investigados da Operação Alba, deflagrada na semana passada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.

Um assessor e um ex-assessor de Capez também são citados: Luiz Gutierrez, o Licá, do grupo de confiança e cabo eleitoral do presidente da Assembleia, e Jeter Rodrigues – que o deputado disse ter demitido.

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Um assessor de confiança de Edson Aparecido, secretário da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB), é outro alvo da investigação. Luiz Roberto dos Santos, o Moita, foi afastado da assessoria de Aparecido um dia antes de a operação ser deflagrada.

A competência para investigar o caso é do procurador geral de Justiça porque Fernando Capez é procurador de Justiça de carreira e deputado. Elias Rosa não está tirando o inquérito das mãos dos promotores da Comarca de Bebedouro. O procurador-geral quer manter no caso os promotores que iniciaram a apuração. Com essa parceria ele afasta especulações de que iria interferir em um episódio que envolve um colega de carreira.

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O procurador-geral pretende ainda adotar a mesma estratégia da Operação Lava Jato com relação a competência sobre inquérito que cita parlamentar federal – alvos da Operação Alba Branca apontaram o nome do presidente estadual do PMDB, Baleia Rossi, que é deputado federal. Na Lava Jato a parte que envolve políticos com foro privilegiado ficou sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal. O restante ficou nas mãos do juiz Sergio Moro, em Curitiba.

Elias Rosa vai manter sob atribuição da Promotoria de Bebedouro a fatia da Alba Branca que cita empresários, lobistas e servidores públicos. Sob sua responsabilidade, manterá a investigação sobre Capez e prefeitos.

“Vou pedir aos promotores colegas da Comarca de Bebedouro compartilhamento dos dados do inquérito da Alba Branca”, disse o procurador-geral.

Capez e Baleia negam envolvimento na fraude da merenda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.