O Palácio Iguaçu está à procura de um líder de governo para substituir o petista Natálio Stica, que se demitiu anteontem após uma crise entre as bancadas do PMDB e PT. Na lista do governo estão as alternativas chamadas "domésticas", como o deputado Rafael Greca e José Maria Ferreira, e as "importadas", que seria um nome de um partido aliado e não do PMDB. O mais cotado na segunda hipótese é do deputado Marcos Isfer (PPS).
O secretário da Casa Civil, Caíto Quintana, disse que a escolha é uma decisão pessoal do governador Roberto Requião (PMDB) e que, por enquanto, não há nenhum convite feito. Mas na bancada peemedebista proliferam todos os tipos de sugestão. Desde formar um colegiado – reunindo os líderes do PT, PMDB, PP, PL e PTB – até insistir junto ao PT para que forneça o nome.
A tese de acabar com a figura única do líder e repassar a função para o colegiado é advogada pelo deputado Nereu Moura (PMDB). Ele acha que a fórmula pode dar certo porque divide a responsabilidade da defesa do governo entre os aliados.
Já se cogitou a volta de Vanderlei Iensen, atual chefe de gabinete do governador, para a Assembléia. Iensen se licenciou para assumir o cargo no Palácio Iguaçu. Na mesma linha de raciocínio, comentou-se também a possibilidade de o secretário da Casa Civil reassumir seu mandato na Assembléia Legislativa. A possibilidade foi descartada prontamente por Quintana, que vê a busca pela harmonia da base como o principal desafio do futuro líder do governo.
Prós e contras
Entre todas as possibilidades examinadas, cada uma apresenta qualidades e defeitos, segundo os peemedebistas. Numa avaliação mais fria, Greca é considerado o nome perfeito para o embate com a oposição na tribuna. Mas não tem empatia com a bancada e teria muita dificuldade em aglutinar forças a favor do governo, apontam alguns peemedebistas. Greca também tem contra si um passado conjunto com um dos principais adversários de Requião no Estado, o ex-governador Jaime Lerner.
Isfer é considerado mais diplomático. Foi definido como "um deputado respeitado" pelo presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva. Mas também é oriundo do PFL e não se sabe se seria aceito pelos demais aliados. Mas é apontado como a melhor opção que o governo tem fora do PMDB, já que bem poucos acreditam num novo acordo com o PT para indicar o líder.
Segundo Dobrandino, existe ainda uma terceira possibilidade que seria a entrada de um novo partido na base aliada – ele não disse qual – e que indicaria o líder.
Enquanto se preocupa com o novo líder do governo, os peemedebistas procuram demonstrar confiança no novo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Durval Amaral (PFL). Do chefe da Casa Civil ao presidente estadual do partido, todos expressam confiança no pefelista. "Conheço bem o Durval. Ele é preparado e responsável", disse Dobrandino. Amaral estreou ontem na presidência da CCJ. Fez uma primeira reunião e reafirmou que sua conduta será "técnica" frente à principal comissão.