O senador Osmar Dias revelou ontem que a direção nacional do PDT assumiu como prioridade, sua candidatura ao governo do Paraná no próximo ano e que o partido pode abdicar de disputar a eleição presidencial se uma candidatura própria à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva representar algum empecilho ao projeto estadual. Osmar, que participou ontem da sessão em homenagem ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, na Assembléia Legislativa, afirmou que acredita no fim da verticalização das coligações – a matéria começa a ser votada hoje, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal -mas que se o mecanismo sobreviver, o compromisso da direção nacional do PDT garante sua permanência no partido.
Osmar disse que, com ou sem verticalização, não terá nenhuma necessidade de mudar de partido, ou conforme as apostas de aliados e adversários, de trocar o PDT pelo PSDB para concorrer ao governo com um leque de alianças mais consistente. Com a permaência da regra que obriga os partidos que lançarem candidato a presidente da República a repetir as coligações nacionais nos estados, a avaliação é que Osmar teria de deixar o PDT se quisesse o apoio tucano no Paraná, já que nacionalmente PSDB e pedetistas dificilmente sobem no mesmo palanque.
"Contrariamente ao que dizem alguns analistas políticos, não tenho problemas com isso. Na reunião da executiva nacional do PDT, na quarta-feira passada, ficou decidido que o Paraná passou a ser uma prioridade do PDT. Não tenho motivos para sair do PDT", comentou o senador. Ele acha que a votação da verticalização estará encerrada em trinta dias, já que a matéria foi aprovada no Senado em 2001 e a decisão agora depende apenas da Câmara dos Deputados.
Osmar disse que as negociações com o PSDB estão avançando, assim como com o PP e PFL. O senador não vê como entreve a existência de uma pré-candidatura no PSDB ao governo, a do seu irmão, senador Álvaro Dias. Pelo menos, acha que problema não é dele. "Esta é uma questão que o PSDB tem que resolver. Não quero interferir . Assim como não interferi na eleição do PSDB", disse Osmar, referindo-se à disputa para a presidência estadual do partido, em que Álvaro perdeu para o deputado estadual Valdir Rossoni.