Dirigentes seccionais e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, chegaram nesta tarde à Câmara dos Deputados para protocolar o 13º pedido de impeachment do presidente Michel Temer desde que foram divulgadas as denúncias do empresário Joesley Bastista, da JBS.

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Em sua declaração antes do protocolo do requerimento de abertura de processo de afastamento, Lamachia explicou que o pedido leva em conta os áudios divulgados e as manifestações públicas do presidente, onde ele declara ter conhecimento dos crimes narrados por Joesley (compra de um juiz e um promotor) e “nada fez”. O dirigente enfatiza que o pedido destaca também os “fatos controversos” confirmados por Temer aos jornais.

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Lamachia reconhece que a gravação pode ter sofrido alguma interferência, mas destaca que Temer não negou os diálogos, portanto a suposta edição do material não é considerada relevante diante das declarações do peemedebista. “Na visão da OAB, nós temos aqui presente crime de responsabilidade do senhor presidente da República”, afirmou.

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O presidente da OAB apontou também quebra de decoro do presidente da República e confirmou que incluiu os irmãos Batista como testemunhas na denúncia. “Nós não ouvimos estes empresários, não me reuni com nenhum delinquente”, emendou.

O dirigente disse que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem suas prerrogativas que devem ser cumpridas no processo, independentemente da falta de disposição política de dar andamento ao processo. “Me parece que o País não sofre nenhuma desestabilização pela abertura de processo de impeachment”, concluiu.

Ele lembrou que há menos de 1 ano e 4 meses foi apresentado outro pedido de impeachment, desta vez contra a ex-presidente Dilma Rousseff, mostrando que a entidade cumpre seu papel técnico. “O que demonstra que a instituição é absolutamente independente e apartidária. Então a demonstração fica clara e cabal de que a OAB não age de acordo com as paixões partidárias ou com as paixões ideológicas”, declarou.

Lamachia lembrou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também poderá antecipar o julgamento. “A sociedade terá que acompanhar esse processo com muita atenção”, disse. Ele destacou que renúncia seria um ato pessoal do presidente e disse imaginar que Temer pense “no bem do Brasil”. “Espero que ele efetivamente esteja refletindo”, disse.

Ao final, Lamachia ressaltou que a OAB defende a Constituição e que ruptura constitucional não está em sua pauta.