A necessidade de aprovar a reforma da Previdência para controlar os gastos públicos é um dos pontos determinantes sobre o rumo da economia no ano que vem, na visão de economistas do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV. Eles avaliaram que mudar a regra de aposentadoria será um dos maiores desafios do governo Bolsonaro.
“Nos primeiros trimestres de 2019, quando vai haver a batalha legislativa para a aprovação da reforma, poderemos ver se, mesmo com sucesso de reformas, a economia vai para níveis de crescimento mais altos”, comentou o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall.
O economista e outros analistas participaram nesta quinta-feira, 13, do seminário “Perspectivas 2019: Os Desafios para o Planalto”. O evento foi promovido pelo Grupo Estado e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).
O cenário das contas públicas do Brasil para o ano que vem inspira cuidados, avalia Silvia Matos, do Ibre. “O País não tem solvência garantida. É preciso resolver as reformas para entrar em um ciclo sustentado.”
Sem a garantia de uma reforma, o banco Safra deverá revisar para baixo sua estimativa para o crescimento do País em 2019. “Atualmente estimamos uma alta de 3%, mas estamos em processo de revisão. Provavelmente a estimativa ficará no patamar entre 2,5% e 3%.”
Para o colunista do jornal O Estado de S. Paulo Celo Ming, ainda que a economia preocupe, a situação é melhor hoje do que nas décadas de 70, 80 e 90. “Nessa época, a gente acordava e não sabia que banco iria quebrar. A situação atual é mais tranquila. Temos duas locomotivas: o agronegócio e o petróleo. Basta não atrapalhar.”
Já a lentidão do mercado de trabalho e a pouca pressão inflacionária podem abrir espaço para um corte da taxa básica de juros, declarou Kawall, ainda que não seja o cenário que o banco usará como base. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.