Em vez de pacificar o partido, a prévia do PT para definir o candidato à Prefeitura do Recife (PE) – cujo resultado está sub judice – agravou ainda mais as divergências internas. A avaliação vem sendo feita nos bastidores pelos partidos que compõem a Frente Popular, liderada pelo PSB do governador Eduardo Campos. O cenário mais provável que se desenha neste momento é que o PT, que comanda a administração da cidade há 12 anos, poderá enfrentar, no primeiro turno, candidaturas alternativas da base aliada.
A tese de lançamento de nomes alternativos vem sendo defendida pelo líder do PTB no Estado, senador Armando Monteiro, com apoio do PSC, PP, PV e PDT, e, embora Campos tente aguardar por uma solução petista, ao menos dois nomes são considerados caso o PSB decida lançar candidato: o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que transferiu o título para Recife em 2011, e o secretário estadual das Cidades, Danilo Cabral.
Com forte rejeição popular e criticado por não unir o partido, o prefeito João da Costa teve 7.503 votos na prévia realizada no domingo, 553 a mais que o adversário, o secretário estadual de Governo, Maurício Rands, da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), apoiado pelo senador Humberto Costa, pelo deputado federal João Paulo, e, mais discretamente, pelo governador Eduardo Campos.
Embora seu nome não tenha sido homologado, Costa se declarou vitorioso e dá entrevista como tal, enquanto Rands não reconhece a legalidade do pleito, que foi marcado pelo acirramento e por uma batalha de liminares na Justiça acerca de quem estava em dia com as contribuições partidárias e tinha direito a voto.
Rands aposta que a prévia será anulada e ele será declarado vitorioso, a partir de uma reunião extraordinária da executiva do PT nesta quinta-feira, em São Paulo. Inicialmente o encontro seria dia 31, mas foi antecipado, conforme o presidente estadual do PT, deputado federal Pedro Eugênio, para encerrar, com rapidez, esse episódio de “desgaste” à legenda. Ele adianta que a reunião não objetiva definir o vencedor da prévia, mas avaliar o seu processo. Se João da Costa for reconhecido como vitorioso, Rands e João Paulo já declararam que não o apoiarão. Se Rands for o vencedor, também não terá unidade partidária. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.