O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, minimizou nesta quinta-feira, 13, as tensões entre integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o governo Dilma Rousseff.
“É natural que os movimentos sociais cumpram esse papel de não serem chapa branca, apegados ao governo e cumpram o papel de cobrar mais, mais e mais”, afirmou o ministro a jornalistas, após participar do VI Congresso Nacional do MST. “Na democracia, você não ouve só quem te agrada ou o quem está de acordo com a sua opinião. Você ouve o diferente, o que protesta. É a coisa mais natural. O Brasil está aprendendo a ser democrático, a ouvir.”
Questionado pelo Estado se o Planalto estava mais alinhado com o agronegócio do que com os trabalhadores rurais, Carvalho respondeu: “Não concordo que a Dilma seja aliada do agronegócio, a Dilma é a presidenta de todo o País, tem de cuidar de todos os setores.”
Críticas.
O líder do MST, João Pedro Stédile, aproveitou o ato em defesa da reforma agrária para criticar o governo federal. Ele foi o último a discursar na solenidade. “No Brasil nunca houve a reforma agrária. Os assentamentos que existem no Brasil só aconteceram porque antes os trabalhadores ocuparam aquele latifúndio”, criticou Stédile. O líder do MST também criticou o governo federal pela “enrolação” que impõe aos pequenos produtores rurais.
“Esperamos que todas as forças politicas no campo de esquerda se unam nessa luta (pela reforma agrária popular), talvez esse seja o único movimento que pode botar na mesma mesa desde a turma do PSTU até o Gilberto Carvalho. Vamos continuar ocupando latifúndio, vamos continuar lutando contra o capital internacional”, prosseguiu.
O líder do MST criticou o Ministério da Educação (MEC), ao afirmar que a pasta deve deixar de ser um ministério para “universidades” e sim “para a educação do povo”. Dirigindo-se ao ministro Gilberto Carvalho, afirmou: “Gilberto, diga lá pro governo que há uma decisão desse congresso (do MST), não vamos admitir que o governo, prefeitura, feche mais nenhuma escola no meio rural. Nem que tenhamos que repetir a marcha que fizemos ontem.”