O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (20) que encarou de forma tranqüila a derrota do governo na tentativa de aprovar no Congresso a emenda constitucional que prorrogaria até 2011 a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Não sou adepto da teoria zen, mas estou tranqüilo. Não se deve resolver as coisas com febre alta", declarou
Lula disse que pensará com tranqüilidade em formas alternativas de garantir recursos para ações e projetos do governo. "Nenhuma medida é certa quando é feita com vingança", acrescentou.
O presidente afirmou que o resultado da votação da CPMF foi "normal" e evitou fazer críticas aos senadores da base aliada que votaram contra a emenda. "A base do governo no Senado tem 45 votos. É maioria. Mas não temos maioria para aprovar emendas constitucionais."
Lula afirmou que os 27 governadores eram a favor do projeto. Sinalizou que está aberto ao diálogo com a oposição, citando o caso do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que, em público, apoiou a prorrogação da CPMF.
O presidente lembrou que, nos últimos dias, liberou R$ 300 milhões para obras do Rodoanel, em São Paulo, e que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, vai liberar R$ 1,5 bilhão para as obras de expansão do metrô na capital paulista.
Lula disse ter orientado os líderes da base aliada a votar a emenda naquele dia, apesar da grande possibilidade de derrota governista. "Vota logo. Vira essa página. O País não pode ficar se remoendo", comentou. Sobre a derrota, declarou: "Não perdi nem meio minuto de sono com isso. Não estou nervoso e não fiquei nem um pouquinho preocupado com o fim da CPMF."
Lula fez críticas genéricas à oposição, evitando citar nomes. "Alguns acharam que o presidente iria ficar muito forte (se a emenda da CPMF fosse aprovada) e fazer o sucessor em 2010. Acho isso uma pobreza de espírito e me dá pena", disse.