O grupo pró-Lula do PMDB irá apertar o cerco sobre o governador Roberto Requião para aproximá-lo do palanque da reeleição do petista. No jantar com os integrantes do Movimento Pró-Lula, realizado na noite de segunda-feira (10), na Granja do Torto, o presidente pediu aos senadores José Sarney e Renan Calheiros que marquem uma conversa dele com Requião para tratar do assunto.
Os representantes do diretório paranaense que participaram do jantar – o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, o deputado federal Hermes Parcianello e a diretora da Fundação Pedroso Horta, Arlete Rosa – voltaram a Curitiba com a missão de colar as duas campanhas, apesar da aliança entre PMDB e PSDB no Paraná.
Doático relatou que Lula voltou a dizer que de Requião ele gosta de graça – frase repetida toda a vez que vem ao Paraná – e que não se conforma de estar separado do governador na campanha eleitoral.
A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Sarney e Renan voltarão a procurar Requião, que se mantém neutro na sucessão presidencial e convive com os defensores de Lula e Geraldo Alckmin (PSDB) dentro do partido, no Estado. Requião já conversou com o candidato tucano, mas a aproximação não avançou e o governador aguarda a posição da Justiça Eleitoral sobre a validade da aliança com o PSDB.
Durante o encontro, o presidente da República fez uma avaliação do quadro eleitoral. O balanço é que dos 22 diretórios peemedebistas, 80% apóiam a reeleição do presidente, disse Doático. "Aqui, no Paraná, também é mais fácil imaginar a gente junto com o PT do que distante", afirmou o presidente do partido em Curitiba.
Além de Doático, farão parte da coordenação nacional da campanha de Lula no Paraná o presidente da Fundação Pedroso Horta, José Maria Correia, e o presidente da Sanepar, Stênio Jacob. Foram indicados ainda o ex-governador Paulo Pimentel e o empresário Francisco Simeão.
Migração
A ala peemedebista pró-Lula no Paraná está acenando com a possibilidade de apoio à candidatura da petista Gleisi Hoffmann ao Senado. Os integrantes do Comitê Pró-Lula marcaram uma conversa com a candidata ao Senado para a próxima semana.
Doático explicou que, se a Justiça Eleitoral aprovar a aliança com o PSDB, o grupo fica sem alternativa para o Senado, já que o candidato é o senador Alvaro Dias, que se opõe à coligação com Requião e avisou aos peemedebistas que não pretende pedir votos para o governador.
"Nós já sabemos da impossibilidade do apoio do Alvaro ao Requião. Ele já disse que irá apoiar o irmão (o candidato do PDT ao governo, senador Osmar Dias). Então, nós temos que buscar nossa alternativa. E pode ser a candidata do PT, com quem temos mais identidade", afirmou Doático.
Boas-vindas
Gleisi Hoffmann disse que o apoio do PMDB é bem-vindo, uma vez que já esteve com o partido do governador em outros momentos eleitorais e políticos. "Já estive ao lado de muitos companheiros do PMDB na minha caminhada. O fato de o PMDB não ter candidato ao Senado para ir buscar este apoio nesta eleição me deixa à vontade para buscar este apoio", disse.
Para Gleisi, além do apoio à sua candidatura, o PT ainda espera que o PMDB abra seu palanque à reeleição do presidente Lula. "Temos grande interesse em ter o PMDB apoiando o Lula, uma vez que o partido não tem candidato a presidente e de, aqui no Paraná, já ter contado com a força de Lula em outras eleições", declarou.
