Presidente paraguaio endurece ataques a Requião

Se as acusações de corrupção, contrabando e ?tráfico de soja?, feitas por um senador paraguaio (Juan Carlos Galaverna) contra o governador Roberto Requião (PMDB) foram desqualificadas pelo Estado, que não se deu o trabalho de responder e, apenas, anunciou que processará a rádio e o jornalista responsável pela entrevista, agora, o embate diplomático é mais grave: as mesmas acusações partiram do presidente paraguaio Nicanor Duarte, durante entrevista a um canal de televisão na noite de quinta-feira.

Em resposta às declarações de Requião à imprensa paraguaia sugerindo que Nicanor deixe de falar bobagem e entregue o cargo ao candidato Fernando Lugo, o presidente Paraguai declarou que Requião ?é um corrupto de corpo e alma, de muito peso. É o homem ligado ao tráfico de soja e controla os grandes círculos do contrabando na fronteira?.

Na entrevista, o presidente paraguaio também revelou que ouviu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ?que estava profundamente arrependido de ter apoiado Requião no segundo turno das eleições no Estado do Paraná?.

Também na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez, enviou protesto formal ao embaixador brasileiro em Assunção, Valter Pecly Moreira, contra as declarações de Requião, consideradas pelo governo paraguaio ?impertinentes e exageradas?. O Paraguai exigiu manifestação do governo brasileiro.

?O governo do Brasil não emite opinião. As declarações de apoio ao candidato Lugo são responsabilidade individual de um político do Paraná e não representam a posição brasileira. O Brasil não tem o costume de se manifestar em relação às eleições dos países vizinhos?, comunicou o Itamaray a respeito do caso.

Em Porto Alegre, onde participou da reunião do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), Requião não se pronunciou sobre o assunto. Já o PMDB do Paraná emitiu nota de repúdio ao presidente paraguaio. ?Depois de dizer algumas tolices, que o governador rebateu, o presidente paraguaio extravia-se pela agressão, fazendo inconcebíveis e sórdidas acusações a Roberto Requião. O governador não interferiu e nem pretende interferir na política interna paraguaia. Tão-somente declarou simpatia pela candidatura que se opõe ao presidente. Logo, classificar suas opiniões de intromissão na vida de outros países soa ridículo, por desproporcional à realidade dos fatos. Na verdade, o presidente paraguaio produz uma crise artificial, para criar casos, provocar reações na opinião pública que socorram a candidatura que patrocina?, diz a nota. ?O presidente do Paraguai tinha mais que agradecer o apoio que o Paraná está dando no combate à febre amarela. Essa história que dinheiro da Venezuela passa pelo Paraná para depois ao Paraguai é uma piada. Todos sabem que o Paraguai é o maior paraíso fiscal do continente?, complementou o deputado Dobrandino da Silva (PMDB).

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