O presidente do PT e coordenador da campanha de Dilma Rousseff, José Eduardo Dutra, defendeu a postura mais combativa da presidenciável do partido ontem, no debate da Rede Bandeirantes. Em entrevista à Agência Estado, ele afirmou que o momento da campanha pedia essa atitude. Acrescentou que não teme a repercussão negativa junto ao eleitor, porque a acusação de “agressividade”, segundo ele, “não atinge as mulheres”. “Ela tinha que colocar essa questão da baixaria na campanha já nesse debate”, defendeu.
Segundo Dutra, o adversário da petista, José Serra (PSDB), faz “duas campanhas diferentes”. Uma de crítica política, que é a campanha civilizada que vai ao ar na televisão, segundo ele. “A outra é essa campanha medieval, suja, caluniosa, de panfletos clandestinos e cartazes nos postes, que remete ao período da ditadura militar. Ela tinha que desmascarar isso no debate”, sustenta. Ele não adianta se Dilma sustentará essa nova postura nos próximos embates com Serra. “Cada debate é um debate”, responde, em tom evasivo. O próximo confronto entre os presidenciáveis será realizado pela Rede TV, no próximo domingo (17), em São Paulo.
O dirigente petista ressalta que a estratégia empolgou a militância, que andava amuada com a realização do segundo turno. Dutra também rebate as análises de que a postura mais combativa de Dilma possa voltar-se contra ela nas urnas. O eleitor tende a rejeitar os candidatos mais agressivos, afirmam analistas e institutos de pesquisas. “Mas essa tese não se aplica às mulheres”, retruca Dutra. Segundo ele, durante a campanha, se as mulheres falam mais alto, é para se defender, não para atacar.