O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato a presidente, classificou ontem o reajuste das aposentadorias em 16,6%, aprovado anteontem na Câmara, como estratégia eleitoral da oposição. Em conversa com reitores de universidades federais, pela manhã, Lula avaliou que o intuito dos adversários é apenas desgastá-lo e se queixou da decisão de deputados petistas e de partidos aliados em ajudar a aprovar o aumento dos benefícios apenas de olho na eleição de outubro.
"A aprovação do reajuste é um artifício da oposição, que espera o veto para usar na eleição", afirmou, segundo relatos de participantes do encontro. Na reunião, ele reconheceu que aliados demonstraram interesse em agradar aos redutos eleitorais, de acordo com reitores.
Dos 48 deputados do PT, apenas três votaram pela derrubada da elevação para os aposentados, quatro votaram com a oposição e outros 38, pela obstrução da sessão. A obstrução, forma de evitar a votação, não teve efeito prático, pois o número de parlamentares no plenário assegurava o quórum.
Os deputados Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, foram exemplos de congressistas do círculo pessoal de Lula que votaram pela obstrução.